Como cuidar e fazer mudas para ter rosas sempre lindas

Compartilhar

Como cuidar e fazer mudas para ter rosas sempre lindas

Dia 23 ou 24 de junho é mesmo a melhor época para podar roseiras? E como podar corretamente? Ah, tem também aquela pergunta mais importante: como cultivar corretamente as roseiras para ter uma abundância de rosas no jardim?

Essas são as questões principais respondidas neste super artigo. Aliás, desde o começo do Adoro Plantas recebo muitas mensagens, tanto aqui quanto em nossas páginas no Facebook ou Instagram com dúvidas sobre como regar, onde plantar e a melhor forma de podar roseiras.

Roseiras são rainhas de qualquer projeto paisagístico. Originárias do Hemisfério Norte as roseiras são cultivadas há cerca de cinco mil anos. Em todo esse tempo foram feitos vários cruzamentos, portanto a maior parte das rosas que conhecemos hoje são chamadas de híbridas; existem mais de 35 mil espécies híbridas de roseiras.

E como ter belíssimas rosas durante o ano todo (ou quase)? Roseiras são plantas muito fáceis de cuidar, mas existem dicas que farão com que elas cresçam muito mais fortes e fartas.

Para a produção deste post reuni dicas do meu cultivo pessoal e de mestres no assunto, como o rodólogo (especialista em cultivo e cruzamento de espécies de roseiras) Arno Boettcher, proprietário da Roselândia, que conheci ainda criança, entre as décadas de 1980 e 90; hoje não sei se ainda é aberta a visitação.

Melhor solo para plantar roseiras

O solo comum no Brasil costuma ser mais ácido, mas as roseiras gostam de solo neutro ou alcalino. O que fazer? Se tiver como adquirir calcário em floriculturas ou casas agropecuárias, perfeito. Do contrário não se desespere. Elas irão produzir rosas, apenas não estarão 100% felizes, vamos dizer assim.

As roseiras gostam de uma terra mais seca e arenosa que não acumule água nas raízes por muito tempo. Para conseguir isso certifique-se de abrir um berço (melhor do que chamar de cova) com o dobro de profundidade e largura (circunferência) que a muda que irá plantar; caso seja em vaso, baste usar a mistura recomendada abaixo.

Uma vez que o berço (ou vaso) estejam prontos, você pode separar a terra que tirou e usá-la em outro lugar, ou usá-la na mistura que vamos propor a seguir para preparar um bom substrato.

E para fazer este substrato ideal para roseiras costumo usar as seguintes medidas (quando digo “parte” quero dizer que significa um copo, uma pazada, uma lata, enfim, depende do tamanho da muda que irá plantar):

  • 2 partes da terra do seu jardim, ou terra vegetal;
  • 1 parte de areia de construção (NÃO use areia de praia, por conta do sal!);
  • 1 parte de húmus de minhoca (opcional, mas excelente se tiver);
  • 1 parte de esterco curtido de aves;
  • 200g de calcário por muda (100g por metro quadrado, se plantar até 4 mudas);
  • 100g de Farinha de Ossos (para cada roseira que plantar).

Todos (ou quase) os “ingredientes” reunidos é só misturar bem.

O próximo passo é o plantio propriamente dito, que consiste em posicionar a muda no centro do buraco (berço) ou vaso e ter atenção na altura que vai enterrar. O ideal é não cobrir muito o caule, ou seja, alinhe o caule com o solo sem enterrar muito a muda para não sufocar a planta.

Agora é só completar com o sustrato que preparamos até que o buraco esteja completamente preenchido.

Para finalizar, use uma cobertura no solo, pois as roseiras não gostam de raios solares na base do caule. As melhores opções são cascas de troncos em decomposição ou cascas de pinus, seixos ou folhas secas. O importante é que a terra seja completamente coberta, preferencialmente com matéria orgânica que aos poucos vão nutrir ainda mais a terra e ajudarão a conservar a umidade.

Sobre a rega, falaremos dela mais abaixo.

Clima e local recomendados para produzir mais rosas

As roseiras são muito rústicas e se adaptam aos mais diversos climas. Tanto o calor escaldante e a falta de frio na maioria dos Estados da parte superior do mapa, quanto o calor do verão e frio congelante do inverno na parte mais baixa do mesmo mapa do Brasil vão conseguir uma boa produção de rosas.

Pelo que pesquisei, as roseiras resistem a 40 graus NEGATIVOS e 50 POSITIVOS, então o clima não será problema.

A questão principal é o local de plantio. O ideal é que receba seis ou mais horas de sol por dia. Mas com quatro horas já é possível colher algumas rosas. Mas no caso de roseira e sol, quanto mais, melhor!

Ventilação é outro ponto que devemos prestar atenção. Se for plantar ao lado de outras plantas ou mesmo várias mudas de rosas, tente deixar cerca de 50cm de distância entre elas; ou seja, pode plantar até quatro mudas para cada metro quadrado de seu jardim.

Espaçamento entre roseiras
Espaçamento entre mudas de roseiras

Portanto, a roseira estando num local ensolarado e ventilado, resta o fator umidade. A umidade da sua região vai desempenhar um papel muito importante no cultivo. Não apenas em relação a chuva, mas também se é comum a ocorrência de névoa e neblina.

Quanto mais névoa úmida as folhas das roseiras receberem, mais folhas feias você verá. E se no verão chover muito e a quantidade de sol não for suficiente, vai facilitar o surgimento de fungos.

Resumindo: clima ideal para as roseiras

Basicamente, o clima perfeito para as roseiras terá sol, calor e pouca água.

Se o clima de sua região se parece com isso, perfeito! Do contrário não desista! É perfeitamente possível plantá-las, só vai exigir mais cuidados com os problemas que certamente vão dar as caras.

Doenças e problemas comuns nas roseiras

Vamos agora abordar as pragas e fungos mais comuns de se encontrar nas roseiras.

Oídio

São manchas brancas acinzentadas nas folhas, semelhante ao mofo.

Míldio

Assim como o Oídio, o Míldio é um fungo, mas as manchas são amareladas. Comum em lugares onde as temperaturas costumam cair mais durante a noite, como grande parte do Sul e Sudeste.

As manchas amarelas aumentam e as folhas ficam frágeis e caem.

Pulgão e Ácaro

Os ácaros são quase invisíveis, mas deixam uma fina teia entre as folhas, que podem ser confundidas com teia de aranha. Já os pulgões são pequenos pontinhos que podem ser pretos, amarelos ou brancos. Eles sugam a seiva das folhas que com o tempo enfraquecem e caem. Podem também atacar diretamente o botão das rosas.

Insetos

Grilos, besouros, lagartas e percevejos também podem trazer problemas, já que se alimentam das folhas.

Como combater esses problemas

A escolha é sua. Pode apelar para o caminho mais fácil, mas prejudicial ao meio-ambiente, que é simplesmente usar um inseticida adquirido em floriculturas ou lojas de jardinagem, ou usar soluções naturais.

Os inseticidas químicos prontos são encontrados em supermercados, floriculturas ou lojas de jardinagem e podem ser úteis no caso de um ou dois vasos. Mas lembre-se que ele pode matar também abelhas e joaninhas, que são essenciais para a natureza. Joaninhas devoram pulgões, enquanto as abelhas são responsáveis por polinizar a maior parte dos alimentos que comemos; sem elas a humidade não duraria nem cinco anos, como já alertou Albert Einstein décadas atrás.

Mas então como resolver? Vamos lá.

O Oídio e Míldio são mais difíceis, porque dependem diretamente do clima onde as rosas são cultivadas. Elas apreciam locais quentes e secos, portanto um lugar mais frio e chuvoso, onde o dia é quentes e a noite é fria vai facilitar o ataque desses fungos.

Não regar demais, não deixar o vaso ou canteiro encharcado em períodos mais frios e pulverizar leite nas folhas pode ajudar. Sim, LEITE.

A receita é simples: em um borrifador de 1 litro, use 100ml de leite, e 900ml de água. Mexa bem e pulverize os dois lados das folhas, quando o sol estiver bem fraco, antes das 8h ou depois das 17h mais ou menos.

Muito pouca gente tem acesso ao leite puro, saído da vaca, então os de caixinha podem ser usados sem problemas.

Outra opção é usar Calda Bordalesa, um fungicida que tem sulfato de cobre e cal hidratado. É possível encontrar os produtos para que você mesmo dissolva ou então uma solução pronta como Forth Cobre e Dimy Cupro. Deve ser aplicado preventivamente, uma vez ao mês, se for possível.

Mas mesmo com todos os cuidados não desista se algumas folhas aparecerem com manchas cinzas, pretas e amarelas e caírem. É normal.

Já com relação aos pulgões e ácaros você pode usar calda de fumo ou óleo de neem (se pronuncia ‘nim’), em soluções já prontas ou para que você prepare em casa. Ambos serves também para combater cochonilhas. Só tome cuidado com as paredes no caso do fumo, pois pode manchar.

Pulverização de Enxofre também é eficaz para controlar os ácaros.

Outra opção, que é a que mais utilizo, é uma mistura muito simples de fazer; os resultados têm sido excelentes!

É só usar, para cada 1 litro de água, 20 ml de óleo vegetal (de soja, girassol etc) e 20 ml de detergente neutro ou sabão de côco dissolvido em água quente. Se usar o sabão, espere esfriar e misture primeiro o detergente (ou sabão) com o óleo sozinhos. Só depois acrescente a água e novamente misture bem.

Agora é só borrifar/pulverizar principalmente nas folhas mais novas, que são as preferidas das pragas. Se desejar pode pulverizar na planta toda.

Se chover repita a operação até que pulgões e outras pragas desapareçam.

Lagartas e grilos, por sua vez, podem ser capturados manualmente. No caso das lagartas, se forem muitas é aconselhável utilizar um produto chamado Dimypel, que é natural, vai atrair e matar as coitadas, e mesmo se não forem comidos, se decompõem e adubam o solo.

A calda de alho e pimenta é outra alternativa, mas aviso que dá mais trabalho.

Você vai precisar picar 100 gramas de alho, 100 gramas de pimenta dedo-de-moça, colocar tanto a pimenta quanto o alho em recipientes separados e acrescentar 1 litro de álcool em cada recipiente.

Para finalizar, rale ou pique 100 gramas de sabão de côco e adicione 2 litros de água quente para dissolvê-lo.

Esses três recipientes devem ser guardados num local escuro, de preferência, por pelo menos uma semana.

Passado esse tempo é só colocar uma colher de sopa de cada preparado em um borrifador, e acrescentar um litro de água (em temperatura ambiente).

Agora é só borrifar nas folhas. O cheiro da pimenta e alho vão espantar a maioria dos insetos enquanto o sabão vai colar nos pulgões e ácaros que ainda estiverem na planta. Pode fazer isso uma vez por semana.

Se chover no dia seguinte borrife novamente, NUNCA NOS HORÁRIOS MAIS QUENTES DE SOL!

Como e quando se deve podar as roseiras

Agora chegamos numa das tarefas mais importantes e uma das que mais geram dúvidas em quem quer cuidar bem dos “pés de rosas”.

Roseiras precisam ser podadas para que produzam mais e fiquem no tamanho e formato desejados. Não tenha dó de podar. Basta fazer do jeito certo, e com as ferramentas certas.

Uma tesoura de poda é imprescindível. Existem opções que vão de 10 a 80 reais; as mais caras geralmente são as melhores para galhos mais grossos. Como a maior parte dos galhos das roseiras são finos, não é preciso gastar muito. Por outro lado, não use uma tesoura comum, dessas que usamos na cozinha ou para cortar papeis etc. Elas não são apropriadas para podar.

Uma vez com a tesoura de poda, certifique-se de que esteja afiada de modo que não mastigue os galhos, e a conserve sempre bem limpa. Antes e após podar algo, passe um pouco de álcool com um papel toalha, para que alguma possível doença não seja transmitida entre as plantas.

Muito bem. Mas vamos a poda das roseiras propriamente dita.

Quando podar as roseiras?

Muita gente garante que o certo é podar nos dias 23 ou 24 de junho, ou seja, na véspera e/ou no Dia de São João.

É isso mesmo? Sim e não.

Sim porque a data está dentro do período mais frio do ano, que vai de maio a agosto, começo de setembro. Não porque cada região tem as suas peculiaridades.

Portanto a melhor época para podar as roseiras vai de junho a agosto.

Se em sua região o inverno não muda muito a temperatura, escolha o dia de sua preferência.

Já se vive no Sudeste e Sul pode apostar nas datas tradicionais de São João e podar no mês de junho. Apesar de Julho ser a época mais recomendada.

Agora, se vive nas regiões serradas ou numa cidade onde tradicionalmente ocorre geada, o melhor é esperar um pouquinho mais.

Se podarmos a roseira em junho e em agosto uma geada forte acontecer, é possível que todas as brotações sejam “queimadas” pela lâmina de gelo que permanecesse por horas até ser derretida pelo sol.

A roseira vai morrer? Se a muda for recém plantada pode ser que sim, mas é provável que sobreviva e apenas tenha seu crescimento comprometido até que novas brotações surjam.

Alguns lugares específicos no Brasil convivem com geadas em setembro, outubro… Serra da Mantiqueira no Sudeste e Serras Gaúcha e Catarinense são alguns deles. Nesses casos a poda de inverno deve ser deixada para Agosto, Setembro ou até mesmo Outubro.

E as fases da lua?

Dizem que o melhor momento é o de Lua minguante, pois nesse período a seiva da planta estaria na raíz. Eu pessoalmente já podei na Minguante, mas hoje escolho fazer a poda anual (ou radical) de inverno não apenas das roseiras, mas de todas as outras, nas luas Nova e Crescente. Pode ser superstição ou coincidência, mas no meu caso as plantas responderam melhor depois que adotei este costume.

E a verdade é que as fases da lua podem não influenciar nada, a não ser as marés, já que um importante produtor de rosas da cidade de Holambra, interior de São Paulo – cidade que produz a maioria absoluta de plantas ornamentais de todo o Brasil – em entrevista ao Globo Rural, disse não saber de nenhuma relação com a lua. E como não existe comprovação científica, seguir essa dica fica à seu critério.

Como podar roseiras

Se você quer cultivar rosas, saiba que podas são sempre necessárias. Existem basicamente dois tipos de poda: a pode de manutenção, geralmente semanal, e a poda drástica de inverno.

Antes de qualquer coisa, o corte deve ser limpo, sem mastigar e sempre na diagonal! Nunca deixe a área podada/cortada fique reta, pois se água de chuva ou de rega acumular ali aumenta as chances de doenças e fungos contaminarem sua roseira.

A poda de manutenção consiste em manter a roseira arejada e livre de folhas doentes e galhos secos. Para isso, crie uma rotina semanal de visitar sua roseira e cortar todos os galhos secos ou que estiverem crescendo para baixo ou cruzado, atrapalhando a circulação de ar. Uma roseira bem formada deve crescer na forma de um vaso, ou seja, galhos para fora, galhos para o nosso nariz, não para dentro da planta, entende? Ao retirar esses galhos que crescem para dentro vamos permitir a entrada dos raios de sol e uma boa circulação do ar, o que ajuda na prevenção contra fungos e pragas.

Nessa poda semanal precisamos também retirar as rosas que estiverem secando ou mesmo as que desejamos colher para um arranjo, por exemplo.

Nunca se deve deixar as rosas formarem aquela bolota que aparece muito tempo depois dela secar no pé. Aquela cápsula fica cheia de sementes; e a planta gasta muita energia produzindo essas sementes que não vão servir para nada, já que não vale a pena plantar roseiras por semente.

O correto é cortar abaixo de dois ou três pares de folhas, podando de 1 a 2 cm acima de uma gema, ou olho, que é por onde surgem as novas brotações.

Se cortarmos muito longe de uma gema, corremos o risco de o galho inteiro secar. E se cortarmos muito perto, podemos sem querer machucar aquela gema de onde deveria sair o novo broto, que vai nos dar mais e mais rosas.

Na foto abaixo é possível ver o local onde podei e à direita a foto de semanas depois quando um novo broto surgiu e cresceu, gerando novas rosas.

Podando roseira do jeito certo
Podando roseira do jeito certo

Agora vamos conhecer a poda drástica ou poda radical de inverno.

Ela serve para fortalecer a roseira. Devemos retirar todos os galhos muito finos e secos.

Os galhos mais saudáveis, que permanecem, devem ficar com cerca de 20 cm de tamanho total. Isso geralmente deixa de 3 a 5 gemas por onde as novas brotações virão na primavera.

Mais uma vez o processo é o mesmo: corte a 1 ou 2 dedos de uma gema.

Após podar, pingue uma gota de própolis no corte. Ele serve como fungicida e bactericida, além de selar a área cortada, ajudando muito a afastar doenças que se aproveitam dos cortes e da água que eventualmente fica parada neles.

Se nos acostumarmos a cortar o galho que floresceu, estimulamos a planta a produzir flores o ano inteiro (exceto nos 2 ou 3 meses mais frios do ano). Se não podarmos nem as rosas murchas ou cortarmos o galho muito acima, a roseira dará menos flores.

Como Regar corretamente as roseiras

Talvez nem precisasse de um espaço exclusivo no post, mas como muita gente tem dúvida, melhor organizar melhor e dar este destaque a esta importante etapa do cultivo.

Em primeiro lugar, as roseiras não gostam de muita água.

Segundo, ao contrário de quase todas as outras plantas, o melhor momento de regar uma roseira é quando o sol estiver mais quente. Isso mesmo, aquele sol a pino, das 12 h as 15 horas, mais ou menos, é quando ela ficará mais feliz em “beber água”.

Terceiro: nunca regue as folhas; use um regador para ou escolhe um jato da mangueira onde a água saia fracionada e caia levemente no solo, não um jato forte; e mire apenas na terra, ao redor de toda a planta, não apenas junto ao caule principal. As raízes geralmente estão espalhadas por toda a circunferência na linha onde está a final dos galhos.

Em quarto lugar, lembre-se do que escrevi mais acima, ela não gosta e não precisa de água com muita frequência, exceto quando foi recentemente plantada. Se sua roseira já tem mais de 3 meses, pode ser regada apenas quando não recebeu água da chuva nos últimos 14 dias. Se ficar duas semanas sem chover, regue. Do contrário, não se preocupe.

Já quando a muda foi recentemente plantada, as regas devem ser diárias, nos dois primeiros meses. Claro, se nesse período estiver fazendo calor; caso contrário, no frio, o solo vai ficar molhado por muito mais tempo, não necessitando de água com tanta frequência.

Se sua roseira estiver em vaso, a mais de 2 meses, regue de uma a duas vezes por semana, quando no calor; e uma vez por semana no frio ou apenas quando a terra estiver seca; basta colocar a ponta do dedo na terra e ver se sai limpo. Se sair sujo, não regue, se sair limpinho é porque a terra está completamente seca e precisa de rega.

Como fazer mudas de Roseiras

É gostoso multiplicar nossas plantas e presentear os parentes e amigos ou preencher aquele espacinho vazio no quintal. Mas as vezes pode ser muito mais rápido (e fácil) comprar uma muda de roseira vendida na média de 10 reais em floriculturas de confiança. Apenas tome cuidado de analisar se as folhas e galhos estão saudáveis e sem doenças.

Se faz questão de reproduzir suas próprias roseiras, saiba que a grande maioria é composta de espécies híbridas, difíceis de brotar.

A chamada Mini Rosa (não confundir com as mini roseiras, que são variedades de porte pequeno que crescem em torno de 1 metro de altura), muito presente em jardins italianos, é uma das mais simples; com mais de 90% de sucesso. Nas demais a taxa de brotação cai para algo em torno de 50%.

Mini Rosa
Mini Rosa muito utilizada em projetos paisagísticos de jardins Toscanos

Mas vamos lá, selecione galhos de 20 ou 30cm de comprimento e com a espessura de um lápis, no mínimo.

Os melhores são aqueles que saem lateralmente do caule principal (em formato de letra Y).

Você pode tentar também fazer um pequeno corte na parte superior do galho e puxar com cuidado lascando um pedacinho do caule principal. Essa lasca facilita o processo de enraizamento.

Ou então seguir o padrão, cortando a parte de baixo na horizontal ou diagonal, logo ABAIXO de uma gema (por onde sairão as futuras raízes), e fazendo o mesmo corte diagonal no topo do galho, este logo ACIMA de uma gema, por onde surgirão novas brotações.

O próximo passo é, com cuidado, retirar todas as folhas com uma tesoura de poda.

Opcionalmente pode retirar os espinhos da metade para baixo, com as mãos mesmo; de preferência usando luvas para evitar feridas.

Num recipiente com um pouco de água, coloque algumas gotas de adubo de raíz ou hormônio enraizador, se tiver.

Deixe as estacas de molho nessa solução por cerca de 10 minutos antes de plantar.

O substrato para mudas deve ser bem solto, para que as raízes consigam se formar com facilidade. Lembre-se elas serão muito frágeis. Por exemplo, uma parte de terra vegetal peneirada e outra de areia, ou húmus de minhoca e vermiculita, ou turfa e perlita, enfim. Escolha o que tiver disponível, desde que seja arejado para facilitar o desenvolvimento das raízes.

Com o auxílio de um lápis ou galho, faça um furo no substrato, até quase chegar no fundo do recipiente.

Agora é só enterrar o galho da roseira de modo que duas ou três gemas fiquem dentro da terra e duas ou três fora, em média. Isso equivale a enterrar quase metade do galho.

Sugiro um teste: enterre alguns (ou um) inclinado, quase na diagonal ao invés de reto. Uma vez me disseram que isso facilita o pegamento da muda, já que exige menos esforço da planta para levar a seiva até a parte superior. Em meus testes não notei diferença, mas…

Outra opção muito comentada é furar uma batata e colocar o galho dentro, enterrando a batata inteira. A água presente na batata ajuda a manter a estaca úmida, ajudando no desenvolvimento da muda.

Escolhido o método, regue bem e mantenha sua futura muda em local bem iluminado, mas protegido do sol direto até que algumas folhas cresçam.

Se tiver usado apenas areia e terra, regue todos os dias para manter a umidade. Se usou turfa ou vermiculita, que conservam mais a água, deixar para regar de 3 em 3 dias.

Em cerca de duas ou três semanas devem surgir brotos. Mas isso não significa que a muda já tenha raízes suficientes para ser transplantada.

Pode aumentar a quantidade de sol e de água a medida em que a planta se desenvolver.

Em cerca de três meses, se estiver com muitas folhas, pode plantar no local definitivo; retirando a muda com muito cuidado para preservar o torrão inteiro e não danificar as raízes.

Retirando torrão da muda de roseira
Retirando torrão da muda de roseira de uma garrafa PET

Como adubar roseiras?

Basicamente devemos adubar as Roseiras no momento do plantio, na entrada do inverno e na entrada do verão.

Basta cavar um círculo ao redor da roseira, mas não muito perto do caule. Para descobrirmos o local indicado, basta ver onde a ponta dos galhos terminam, ou calcular certa de 30 cm longe do galho principal.

Se estiver em vaso, retire os primeiros 5cm de terra, com cuidado de não machucar a planta.

Agora basta incorporar os adubos que você tiver e cobrir com mais terra, finalizando com alguma cobertura tipo casca de pinus ou palha. E quais são esses adubos?

Adubação orgânica

A mistura que considero ideal é composta de Esterco de Aves, Húmus de Minhoca, Farinha de Ossos e Cinzas de Madeira.

Para vaso use cerca de 5 colheres de sopa de húmus de minhoca, 2 colheres de sopa de esterco de aves ou 3 colheres de sopa de esterco de gado (o de aves é mais forte), 2 colheres de farinha de ossos, 2 colheres de cinzas de madeira e 1 colher de calcário que corrige a acidez do solo.

No caso de roseiras plantadas no jardim, use o dobro disso, se a planta for jovem, com até 2 anos, ou o triplo para plantas mais antigas.

Com exceção da cinzas, o restante pode ser facilmente encontrado em floriculturas ou lojas de jardinagem.

As cinzas devem ser de lareiras ou forno e fogões à lenha, que não tenham tido contato com carnes, já que podem ter resquícios de sal. Normalmente pizzarias são uma ótima opção, já que jogam as cinzas fora, e vão até agradecer se você quiser levar pra casa.

Adubação química

Se não deseja ou não pode optar pela adubação orgânica, a opção é comprar granulados de NPK na formulação 15, 30, 15, e incorporar na terra duas vezes ao ano ou adquirir adubos líquidos que são aplicados via rega, que neste caso precisam ser feitos uma vez por semana, após a poda radical de inverno, por dois meses consecutivos.

E novamente use este adubo líquido duas vezes por mês nos meses de fevereiro e março.

Conclusão

Fotos de rosas da cor salmão
Roseira de cor salmão, uma das rosas que mais duram antes de secar

Com o tempo você vai ver o quanto é simples cultivar roseiras. E principalmente como é bom ter e colher nossas próprias rosas para enfeitar o jardim e nossa casa.

Menos é mais. Plante uma roseira afastada da outra, em local que receba o máximo possível de sol, e regue pouco, na hora mais quente do dia.

E na questão da nutrição, prefira sempre uma adubação frequente, mas sem excesso.

É muito melhor usar um pouco menos do que o recomendado, já que se usar a mais corre-se o risco de matar a roseira.

É isso.

Facebook Comments Box
Bruna Silva
Bruna Silva

Sou Blogueira, editora, professora e empreendedora digital, trabalho com internet a mais de 7 anos, principalmente na área de redação e produção de conteúdo, no seguimento agro agronegócio e etc.

Artigos: 3230