Acordo EUA-China Eleva Soja, mas Plantio Atrasado no Brasil
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O preço internacional da soja avançou fortemente nos últimos dias após a assinatura de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e China, que prevê retomada das compras chinesas e redução da tarifa de importação de 57% para 47%. O contrato para novembro de 2025 na Bolsa de Chicago (CBOT) saltou mais de 5,5%, fechando a semana a US$ 11,00 por bushel.
No mercado brasileiro, entretanto, o reflexo da alta foi limitado. Segundo a plataforma Grão Direto, a soja do país continua sujeita a alíquotas de até 50%, o que diminui a competitividade frente ao produto norte-americano. Como resultado, os prêmios de exportação recuaram e anularam parte do ganho registrado em Chicago.
Plantio abaixo da média histórica
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que, até 25 de outubro, apenas 34,4% da área destinada à safra 2025/26 estava semeada. A média histórica para o período é de 42,5%. Atrasos são atribuídos à irregularidade das chuvas e ao calor intenso em regiões do Centro-Oeste.
Incertezas nos EUA
A paralisação parcial do governo dos EUA impediu a divulgação dos relatórios semanais do Departamento de Agricultura (USDA) sobre o progresso da safra e dados oficiais de vendas para a China. Caso não se confirmem os 12 milhões de toneladas prometidos aos chineses para 2025, a valorização em Chicago pode perder força rapidamente.
Clima segue decisivo
- Previsões apontam calor acima da média e chuvas irregulares em Centro-Oeste e Matopiba, dificultando a semeadura.
 - Uma frente fria deve levar precipitações intensas ao Sul, oferecendo risco às lavouras recém-plantadas no Paraná e em Santa Catarina.
 
Cenário financeiro
A redução da taxa básica de juros dos EUA para o intervalo de 3,75% a 4% e a manutenção da Selic em 15% aumentam o diferencial de juros entre os países. A tendência de entrada de capital estrangeiro pode fortalecer o real, o que diminui custos de produção mas reduz margens de exportação.
Imagem: Pixabay via canalrural.com.br
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 4 e 5 de novembro, integra a chamada “super quarta”, quando decisões simultâneas de política monetária nos EUA e no Brasil costumam trazer volatilidade às commodities.
Com informações de Canal Rural