Alckmin Saúda Corte Tarifária dos EUA, Mas Cita Sobretaxa
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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou neste sábado (15) como “passo na direção correta” a decisão dos Estados Unidos de reduzir tarifas de importação sobre cerca de 200 produtos alimentícios. Ele alertou, porém, que a manutenção da sobretaxa de 40% aplicada exclusivamente ao Brasil mantém distorções e ainda limita a competitividade das exportações nacionais.
Alckmin falou a jornalistas no Palácio do Planalto, um dia após Washington revogar a chamada taxa de reciprocidade, de 10%, adotada em abril. Para a maioria dos países latino-americanos, a alíquota extra foi totalmente retirada. No caso brasileiro, a tarifa total recuou de 50% para 40% porque permanece a sobretaxa imposta em julho.
Setores mais afetados
- Suco de laranja: tarifa de 10% foi zerada; setor projeta impacto positivo de US$ 1,2 bilhão.
- Café: alíquota caiu de 50% para 40%; Alckmin observou que concorrentes, como o Vietnã, tiveram corte de 20 pontos percentuais.
- Carne bovina, frutas e castanhas: tarifas recuaram de 50% para 40%, ganho considerado limitado devido à sobretaxa remanescente.
Com a retirada da tarifa global, a parcela das vendas brasileiras aos Estados Unidos livre de sobretaxas subiu de 23% para 26%, um volume estimado em US$ 10 bilhões, segundo o ministro. Ainda assim, ele lembrou que os norte-americanos mantêm superávit na balança comercial bilateral.
Negociações recentes
Alckmin atribuiu o avanço a contatos diplomáticos, incluindo conversa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o então presidente Donald Trump, em outubro, e reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio.
O vice-presidente também destacou outras reduções obtidas nos últimos meses, como a retirada da sobretaxa de 40% sobre ferro-níquel e celulose em setembro, além do corte de 50% para 40% em madeira macia serrada e de 50% para 25% em móveis no início de outubro.
Imagem: Appa via canalrural.com.br
O governo dos EUA justificou o alívio tarifário como medida para conter a inflação de alimentos e ampliar a oferta interna. Ao anunciar a decisão, Donald Trump classificou o ajuste como “pequeno recuo” e afirmou não ver necessidade de novas reduções no curto prazo.
Os efeitos completos da medida serão monitorados pelos ministérios da Indústria e do Itamaraty, enquanto o Brasil tenta convencer Washington a eliminar a sobretaxa de 40% que ainda incide sobre produtos como café, carne, frutas e castanhas.
Com informações de Canal Rural