Alta nos Insumos e La Niña Preocupam Sojicultores do PR

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A safra de soja 2025/26 no Paraná começa sob duas pressões principais: a possível formação do fenômeno La Niña e o avanço dos custos de produção. Fertilizantes e sementes, itens que mais pesam no orçamento, encareceram em média quase o dobro da inflação oficial, hoje em 5%.

Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), o desembolso para implantar a lavoura subiu entre 5% e 8% neste ciclo, puxado justamente pelos dois insumos. “Fertilizantes e sementes são os principais componentes do custo do produtor”, explica o analista Edmar W. Gervasio.

Enquanto as despesas aumentam, o preço de venda permanece próximo ao registrado no ciclo passado, girando entre R$ 120 e R$ 121 por saca. Essa combinação tende a reduzir a margem de rentabilidade do sojicultor.

O plantio deve ser finalizado até meados de janeiro de 2026, em área estimada em 5,79 milhões de hectares, praticamente estável em relação à temporada anterior. A maior parte da semeadura ocorre em outubro, sobretudo na região Sul, que responde pela maior área cultivada e pode produzir 7 milhões de toneladas. No total, a colheita paranaense é projetada em mais de 22 milhões de toneladas, volume 4% superior ao obtido anteriormente.

A expansão da soja avança sobre pastagens e áreas que antes recebiam feijão. O produtor Felipe Madalozzo relata que optou por não semear o feijão de primeira safra devido aos preços baixos registrados no ano passado, liberando o terreno para a oleaginosa.

No mercado externo, a ausência de compras chinesas da safra 2025/26 dos Estados Unidos pode abrir espaço para o grão brasileiro. Ainda assim, modelos climáticos apontam para o desenvolvimento do La Niña, capaz de alterar o regime de chuvas no Sul e comprometer o enchimento de grãos de soja e milho.

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Imagem: Jaelson Lucas via canalrural.com.br

O câmbio também entra no radar. A queda de juros nos Estados Unidos, somada às taxas ainda altas no Brasil, pode atrair capital estrangeiro, pressionando o dólar para baixo e, por consequência, os preços da soja no mercado interno.

Mesmo diante dos riscos, os produtores esperam produtividade média de 80 sacas por hectare, considerada positiva em anos de La Niña. Há, porém, apreensão com a umidade do solo no norte do estado. “Se as chuvas não se recompuserem, podemos ter impactos pontuais; por enquanto, o plantio segue dentro da janela de planejamento”, destaca o representante do Deral.

Com informações de Canal Rural

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