Análise genética revela que figueira centenária da Praça XV, em Florianópolis, é originária da Ásia e Austrália
Início - Mundo Agro - Análise genética revela que figueira centenária da Praça XV, em Florianópolis, é originária da Ásia e Austrália
A emblemática figueira da Praça XV de Novembro, no Centro de Florianópolis, não é nativa do Brasil. Pesquisadores do Laboratório de Genética Vegetal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) identificaram a árvore como Ficus microcarpa, espécie típica de regiões entre a Ásia tropical e a Austrália.
Sequenciamento confirmou a origem
O trabalho foi conduzido pelo professor de biotecnologia Valdir Stefenon. Amostras de folhas, contendo genomas de cloroplasto, foram analisadas em equipamento de alta tecnologia que sequenciou o DNA da planta. Os dados foram comparados com registros de milhares de espécies disponíveis em um banco de dados global, resultando na confirmação da classificação da figueira.
Entenda o processo
- Coleta: fragmentos de tecido vegetal da figueira foram retirados.
- Sequenciamento: o DNA foi “quebrado” em milhares de bases, que depois foram organizadas como um quebra-cabeça.
- Análise: genomas nuclear, do cloroplasto e da mitocôndria foram separados para comparação com sequências internacionais.
Na planta, o genoma nuclear está presente em todas as células; o cloroplasto contém genes ligados à fotossíntese; e a mitocôndria converte o açúcar produzido em energia.
Da escadaria da Catedral para a praça
Plantada por volta de 1870 na área hoje ocupada pela escadaria da Catedral Metropolitana, a figueira foi transplantada para a Praça XV em 1891. Desde então, tornou-se ponto de encontro e figura famosa no hino de Florianópolis, além de inspirar lendas contadas de geração em geração.
Clonagem e preservação
Além do sequenciamento, a equipe também trabalha na clonagem da árvore. Dois clones já foram obtidos em laboratório, ainda em estágio inicial de desenvolvimento. A iniciativa visa preservar as características genéticas da figueira original.
Imagem: g1.globo.com
Outras ações de manejo, como diagnóstico fitossanitário e suplementação nutricional, devem ser concluídas até o fim do primeiro semestre. Embora exposta à poluição e à pouca interação com outras formas de vida por estar em área urbana, a árvore encontra-se saudável e, segundo os especialistas, deverá permanecer como símbolo da cidade por muitos anos.
Com informações de g1 Santa Catarina