Argentina Suspende Exportações de Frango Após Gripe Aviária
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A Argentina interrompeu todas as exportações de produtos avícolas depois da confirmação, na terça-feira, 19 de agosto, de um surto de gripe aviária em uma granja comercial de galinhas poedeiras. A medida ocorre apenas cinco meses após o país recuperar o acesso ao mercado chinês, seu principal destino externo para carne de frango.
Seguindo o mesmo protocolo adotado pelo Brasil em abril, quando registrou caso semelhante no Rio Grande do Sul, o governo argentino suspendeu os embarques mesmo que o foco da doença se restrinja à produção de ovos. A China voltara a comprar frango argentino em março, após dois anos de embargo motivado por episódio anterior de influenza aviária.
Participação global modesta
Relatório do Ministério da Economia argentino mostra que o país responde por cerca de 1 % das exportações mundiais de carne de frango, ocupando a 14ª posição em 2022, atrás de Brasil (28,3 %) e Estados Unidos (16,2 %). Na produção, a Argentina é a 10ª colocada, com 1,8 % do volume global.
Em 2024, foram abatidas 739 milhões de aves, totalizando 2,3 milhões de toneladas de carne; 93 % desse volume ficou no mercado interno. Historicamente, as vendas externas cresceram 10,2 % ao ano entre 2004 e 2022, impulsionadas pela demanda chinesa a partir de 2015.
Impacto dos embargos
Com os bloqueios sanitários de 2023, as exportações argentinas de frango recuaram 52,2 % em comparação com o ano anterior. A recuperação começou em agosto daquele ano, quando o país voltou a ser considerado livre de gripe aviária pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
No ano passado, as remessas somaram US$ 210 milhões, alta anual de 10 %, porém ainda abaixo do patamar pré-surto porque Pequim mantinha as portas fechadas. Os principais compradores em 2024 foram:
Imagem: agro.estadao.com.br
- Arábia Saudita – 16 %
- Vietnã – 11 %
- Emirados Árabes Unidos – 11 %
- Chile – 6 %
- Brasil – 6 %
Números recentes
A Bolsa de Comércio de Rosário calcula que, em 2024, a Argentina exportou 185 mil toneladas de produtos avícolas, equivalentes a US$ 222,2 milhões — volume 15,7 % maior que o de 2023, mas 15,9 % abaixo da média dos últimos cinco anos. Entre janeiro e abril de 2025, as vendas externas totalizaram US$ 64,9 milhões, queda de 13 % ante igual intervalo do ano anterior, já incluindo US$ 1,1 milhão embarcado para a China em abril.
Com a nova suspensão, o setor teme queda ainda mais acentuada no fluxo exportador deste ano, interrompendo a trajetória de recuperação iniciada após a reabertura de mercados em 2023.
Com informações de Agro Estadão