Arroba do Boi Cai na Segunda Semana de Setembro

O preço da arroba do boi recuou ao longo da segunda semana de setembro no mercado físico brasileiro. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o movimento foi amparado por escalas de abate confortáveis nos frigoríficos de maior porte — abastecidas por contratos a termo e animais de confinamentos próprios — e por um consumo doméstico fraco na primeira quinzena do mês.

A sustentação vem das exportações, que seguem aquecidas e podem levar o país a um novo recorde anual de embarques, ressalta Iglesias.

Para Felipe Fabbri, coordenador de inteligência de mercado da Scot Consultoria, até o fim do ano os preços tendem a se manter firmes, porém sem espaço para altas expressivas. “Até o fim de setembro, há fundamentos baixistas, com a indústria pressionando ainda mais”, afirma. Ele destaca que:

• os embarques de carne bovina avançaram 31% na primeira semana de setembro frente ao mesmo intervalo de 2024;
• o dólar em patamar mínimo no ano reduz a margem dos exportadores, limitando a capacidade de pagar mais pela arroba;
• o confinamento continua rentável, garantindo oferta e permitindo às plantas ajustar escalas quando necessário.

No mercado interno, Fabbri projeta consumo moderado até dezembro. Sem o efeito das eleições municipais, que em 2024 injetaram recursos extras na economia, a demanda dependerá essencialmente das festas de fim de ano e dos empregos temporários. A maior competitividade do frango também tende a conter reajustes na carne bovina.

Preços da arroba (R$) – 12/9 x 5/9

• São Paulo: 308,58 | 311,42 (-0,9%)
• Goiás: 295,36 | 303,57 (-2,7%)
• Minas Gerais: 292,94 | 298,24 (-1,7%)
• Mato Grosso do Sul: 321,02 | 319,89 (+0,3%)
• Mato Grosso: 301,89 | 309,66 (-2,5%)

Desempenho das exportações em setembro

Nos cinco primeiros dias úteis do mês, o Brasil embarcou 78,338 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada, gerando receita de US$ 435,206 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os números representam média diária de 15,667 mil toneladas e US$ 87,041 milhões, com preço médio de US$ 5.555,40 por tonelada.

Imagem: Giro do Boi via canalrural.com.br

Na comparação com setembro de 2024, houve alta de 60,9% no valor diário exportado, de 30,8% na quantidade e de 23,1% no preço médio.

Com informações de Canal Rural