Banco do Brasil Diz que Inadimplência no Agro É Pontual
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O vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil (BB), Gilson Bittencourt, afirmou que o aumento da inadimplência no setor rural não se espalhou por toda a cadeia do agronegócio. Segundo ele, 94,7% dos clientes da instituição estão adimplentes, o que mantém a carteira agro do banco considerada saudável.
Bittencourt destacou que os atrasos se concentram “em alguns setores, regiões e, principalmente, nas operações com taxas livres”. A avaliação foi feita em meio às preocupações do segmento com a restrição de crédito, margens pressionadas e juros elevados, cenário que ganha destaque com 2025 próximo do fim.
Os dados de mercado reforçam o alerta para parte dos produtores. Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que o atraso nas operações contratadas a taxas de mercado alcançou 11,4% em outubro, o maior nível desde o início da série histórica, em 2011. Já a Serasa Experian registrou 628 pedidos de recuperação judicial no trimestre encerrado em outubro, mais que o dobro das 254 requisições do mesmo período de 2024.
Para o executivo, o endividamento atual decorre de um descompasso entre receitas e compromissos financeiros. Entre os fatores apontados estão compras de máquinas acima da média de preço, alta nos custos de arrendamento, renegociações por perdas de produção e o impacto dos juros altos.
Diante desse quadro, o Banco do Brasil adotou novos modelos de risco e alterou a exigência de garantias. “Passamos a olhar setor, região e perfil do produtor, exigindo garantias mais robustas onde o risco é maior”, explicou Bittencourt, que reconheceu maior rigor na análise da carteira.
Imagem: canalrural.com.br
O executivo defende a expansão do seguro rural como ferramenta de redução de risco, mas ressalta que a inadimplência atual não se deve, em sua maioria, a perdas climáticas, e sim à pressão sobre o fluxo de caixa.
Sobre o Plano Safra 2025/26, o BB informou ter desembolsado R$ 87 bilhões em crédito rural e para a cadeia de valor do agro. Acompanham esse movimento as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta colheita de 354,4 milhões de toneladas, crescimento de 0,6% na comparação com o ciclo anterior.
Com informações de Canal Rural
Artigo criado em: 15/12/2025
Revisado em: Dezembro de 2025