Banco do Brasil libera R$ 40 bi para safra 2025/26

O Banco do Brasil (BB) já desembolsou aproximadamente R$ 40 bilhões em financiamentos rurais entre 1.º de julho e a metade de setembro, primeiros meses da safra 2025/26, que se encerra em 30 de junho de 2026.

O valor engloba:

• operações de crédito rural;
• emissão de títulos como Cédulas de Produto Rural (CPRs);
• crédito para agroindústria;
• recursos de capital de giro destinados à cadeia do agronegócio.

Os números foram apresentados pelo vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB, Gilson Bittencourt, durante o evento “Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2025/26”, promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quinta-feira (18), em Brasília.

Segundo Bittencourt, as operações de custeio vinculadas ao Pronaf e ao Pronamp mantêm ritmo semelhante ao de safras anteriores, enquanto os empréstimos para investimentos mostram retração, reflexo da menor liquidez e das margens mais apertadas dos produtores.

No segmento de grandes produtores, o banco também observa redução tanto em custeio quanto em investimento. Parte da demanda tem sido suprida por CPRs, fora da estatística oficial de crédito rural, e parte foi postergada diante da taxa Selic elevada.

Oferta total chega a R$ 230 bilhões

Para toda a safra 2025/26, o BB reservou R$ 230 bilhões ao agronegócio, cifra 2 % maior que a do ciclo anterior. A distribuição prevista é:

• R$ 106 bilhões para agricultura empresarial (grandes produtores, cooperativas e agroindústrias);
• R$ 54 bilhões destinados a agricultores familiares e médios produtores;
• R$ 70 bilhões voltados a negócios ligados à cadeia de valor do agro.

Colheita recorde e inadimplência

A Conab projeta safra recorde de 353,8 milhões de toneladas em 2025/26. Para o banco, o resultado favorece a adimplência da carteira rural, hoje em R$ 405 bilhões. No fim de junho, a inadimplência desse portfólio chegou a 3,49 %, ante 1,32 % um ano antes, mas 96 % da carteira permanece em dia.

Imagem: Agência Brasil/EBC via canalrural.com.br

Com o aumento dos atrasos, o BB passou a exigir mais garantias e intensificou a análise de crédito nos casos considerados de maior risco, prática que, segundo o executivo, segue o padrão de mercado.

Renegociação de dívidas

Bittencourt informou que o governo federal prepara regulamentação de medida provisória que prevê renegociação de dívidas rurais e libera R$ 12 bilhões do Tesouro para amortização. A expectativa é que as regras sejam publicadas nos próximos dias, permitindo atender de 4 % a 5 % dos produtores atualmente inadimplentes.

Gilson Bittencourt assumiu a vice-presidência de Agronegócios em 14 de agosto, em meio à crescente participação do agronegócio na carteira total do Banco do Brasil.

Com informações de Canal Rural