Início - Notícias e Tendências do Agro - Bares Recebem Curso Para Detectar Bebidas Falsas
Associações que representam bares, restaurantes, fabricantes e importadores de destilados iniciaram treinamentos gratuitos para proprietários e funcionários de estabelecimentos aprenderem a reconhecer bebidas falsificadas ou adulteradas.
As aulas, conduzidas pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), abordam sinais de fraude em garrafas, tampas, rótulos e no próprio líquido.
Principais pontos de verificação
- Tampa: deve ter acabamento preciso, sem amassados ou folgas. Lacre plástico sobre tampa decorada costuma indicar adulteração.
- Selo fiscal: obrigatório em destilados importados. O holograma autêntico, produzido pela Casa da Moeda, exibe apenas uma letra (R, F ou B) por vez; a visualização simultânea das três sugere falsificação.
- Nível e aparência do líquido: garrafas da mesma marca precisam apresentar o mesmo volume, líquido translúcido e sem impurezas. Diferença de cor entre unidades indica possível fraude.
- Rótulo: impressão deve ser de alta qualidade, em português, trazer ingredientes, origem e número de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Erros de grafia são considerados indícios claros de falsificação.
Os instrutores também mostram como descartar corretamente garrafas vazias. Segundo as entidades, todas as bebidas falsas apreendidas em operações policiais estavam em recipientes originais reutilizados.
Riscos legais e financeiros
O treinamento destaca que bares e restaurantes que compram de fornecedores informais ou sem nota fiscal podem responder criminalmente. O presidente da ABBD, Eduardo Cidade, lembra que o preço de um produto ilegal é, em média, 35% inferior ao do original, podendo chegar a 48%. A diferença é atribuída à elevada carga tributária do setor e à impunidade, fatores que impulsionam o comércio ilícito.
Levantamento realizado em abril pelo Núcleo de Pesquisas e Estatísticas da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (FHORESP) aponta que 36% das bebidas vendidas no país são falsas, adulteradas ou contrabandeadas.
Imagem: Pixabay via canalrural.com.br
A federação recomenda redobrar a atenção na escolha de fornecedores, exigir nota fiscal e, sempre que possível, confirmar sua autenticidade junto à Receita Federal. O cuidado deve ser ainda maior em festas realizadas fora de ambientes controlados, sem alvará e sem fiscalização, onde o risco de consumo de bebidas perigosas é mais alto.
Com informações de Canal Rural