Início - Blog - Notícias e Tendências do Agro - Beef on Dairy Impulsiona Lucro Com Bezerros Machos
O cruzamento industrial Beef on Dairy, que utiliza sêmen de raças de corte em vacas leiteiras, começa a se disseminar no Brasil e promete transformar bezerros machos, antes considerados passivo, em fonte de renda para produtores de leite.
A estratégia foi detalhada por Reginaldo Rocha, gestor executivo de projetos no agronegócio e integrante da plataforma Ecco2, em entrevista ao programa Giro do Boi. Segundo o especialista, a prática é consolidada nos Estados Unidos e avança em países que buscam aumentar a rentabilidade da pecuária leiteira.
Como funciona a técnica
- As vacas leiteiras que sairiam do ciclo reprodutivo recebem sêmen sexado macho de touros de corte, como Angus ou Charolês.
- Os bezerros resultantes carregam genética para produção de carne e podem ser encaminhados ao confinamento a partir do terceiro dia de vida.
Principais benefícios apontados
- Valorização do animal: o bezerro nasce com aptidão para corte, elevando seu preço de mercado.
- Receita adicional constante: cada nascimento gera um novo ativo financeiro para a fazenda.
- Redução de perdas: diminui a mortalidade de bezerros machos, comum em sistemas exclusivamente leiteiros.
- Sustentabilidade: otimiza o uso de recursos e agrega valor ambiental à propriedade.
Rocha destaca que a base leiteira nacional, majoritariamente composta por animais Gir e Girolando, também responde bem ao cruzamento com raças europeias de corte. No confinamento, esses bezerros recebem dieta balanceada nos primeiros 60 a 75 dias, permitindo terminação entre 14 e 15 meses, com peso estimado em 22 a 23 arrobas.
A abundante produção de grãos no país e o uso de subprodutos como DDG (grãos secos de destilaria) reforçam a viabilidade econômica do sistema, avalia o especialista. Para ele, produtores que adotarem a tecnologia poderão atuar como “fábricas de bezerros”, fornecendo animais de alto padrão para a pecuária de corte com total rastreabilidade.
Imagem: canalrural.com.br
Rocha conclui que a adoção do método exige mudança de mentalidade, mas oferece caminho para ampliar margens e aumentar a competitividade das fazendas leiteiras.
Com informações de Canal Rural