Brasil Amplia Vantagem em Bioinsumos e Planeja Salto até 2035
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O mercado brasileiro de bioinsumos mantém ritmo acelerado de crescimento e resiste à desaceleração observada no cenário internacional. A avaliação é de Marcelo de Godoy Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Bioinsumos (Abinbio), que atribui o avanço a quatro pilares: maior pressão de pragas e doenças, resistência a defensivos químicos, elevação dos custos de fertilizantes e avanço científico.
Quatro fatores determinantes
- Incidência de pragas e doenças: em um ambiente tropical de produção ininterrupta, aumentam as aplicações de defensivos.
- Resistência aos químicos: uso repetitivo estimula a busca por ferramentas de manejo complementar, como os biodefensivos.
- Custos dos fertilizantes: preços elevados e dependência externa impulsionam tecnologias que otimizam nutrientes do solo, como solubilizadores de fósforo.
- Evolução científica: desenvolvimento de soluções microbiológicas, unidades fabris modernas e equipes altamente qualificadas colocam o país na liderança do segmento.
Estrutura industrial em expansão
O Brasil reúne mais de 400 fabricantes e milhares de biofábricas instaladas em propriedades rurais. Esse crescimento gera desafios regulatórios. Segundo Oliveira, a Abinbio atua junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para estabelecer normas que assegurem qualidade e segurança dos produtos.
Competitividade e consolidação
Para o dirigente, competitividade dependerá de equipes técnicas especializadas. Ele projeta que, até 2035, o mercado será dominado por empresas com robustez industrial e domínio tecnológico.
Riqueza biológica como diferencial
A diversidade de biomas e microrganismos favorece a busca por ativos de alta performance. A Embrapa é citada como peça-chave na pesquisa e caracterização desses organismos, auxiliando a transformar biodiversidade em inovação.
Proteção intelectual e biopirataria
O setor avança em políticas de patenteabilidade, incluindo edição gênica e engenharia genética, mas ainda enfrenta o desafio da biopirataria.
Substituição de químicos
Oliveira aponta tendência clara de migração de nematicidas químicos para biológicos, movimento que deve se estender a outras categorias de defensivos.
Imagem: Aprosoja PR via canalrural.com.br
Exportações e ambiente regulatório
O volume de exportações de bioinsumos cresce ano a ano, atraindo multinacionais. O executivo credita o interesse externo à qualidade dos produtos, à capacidade industrial e à rapidez de aprovação garantida por Mapa, Anvisa e Ibama, cuja legislação exige testes extensivos de eficácia, toxicologia e ecotoxicologia.
Contribuição para a descarbonização
Os bioinsumos são apontados como peça central na redução de emissões em razão de normas de resíduos mais rígidas e novos mecanismos de remuneração vinculados ao carbono. De acordo com a Abinbio, os principais ganhos ambientais são:
- Redução de emissões de CO₂, N₂O e CH₄;
- Melhoria da ciclagem de nutrientes;
- Aumento da biomassa microbiana;
- Maior sequestro de carbono no solo.
Com tecnologia avançada, ambiente regulatório consolidado e demanda crescente por soluções sustentáveis, o Brasil busca manter a liderança global em bioinsumos e prevê expansão acelerada do setor na próxima década.
Com informações de Canal Rural