Brasil Assume Liderança Global na Soja em Meio a Tensões
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O mercado internacional de soja vive um momento de incerteza marcado pelo acirramento das disputas comerciais entre Estados Unidos e China. Desde maio, os chineses praticamente suspenderam as compras do grão norte-americano e redirecionaram a demanda para o Brasil, alterando a dinâmica de preços e prêmios no setor.
China reduz compras dos EUA e reforça demanda pelo Brasil
A mudança no fluxo de compras provocou queda acentuada nos preços da soja nos Estados Unidos, onde produtores enfrentam custos altos e uma Bolsa de Chicago (CBOT) em tendência de baixa. O quadro se agravou com declarações recentes do presidente Donald Trump sobre possíveis novas tarifas a produtos chineses e restrições a minerais de terras raras.
Nos meses de pico das exportações norte-americanas, especialmente outubro, a ausência chinesa ficou mais evidente. Entre janeiro e setembro, o Brasil embarcou para a China volume 12% superior ao registrado em todo o ano de 2024, e ainda restam janelas de envio até dezembro.
Brasil consolida posição e projeta novo recorde
Os line-ups nacionais já mostram mais de 102 milhões de toneladas comprometidas para exportação, com potencial de atingir 107 milhões até o fim de 2025. A forte demanda sustenta prêmios positivos nos portos brasileiros, contrariando a tradicional desaceleração do último trimestre.
Mesmo assim, o país deve encerrar o ciclo com estoques de passagem mais folgados, estimados em 6 milhões de toneladas, patamar superior ao de 2024. A continuidade desse cenário dependerá da manutenção das compras chinesas.
Cenário para 2026 indica oferta abundante
Projeções apontam que o Brasil poderá colher até 180,8 milhões de toneladas em 2026. Somada a estoques mais elevados nos Estados Unidos, a oferta global tende a crescer, o que pode pressionar os prêmios nos portos brasileiros – hoje positivos – para níveis negativos entre março e maio daquele ano.
Imagem: canalrural.com.br
Com expectativa de cotações abaixo de US$ 10,00 por bushel na CBOT, analistas preveem recuos relevantes nos preços físicos durante o primeiro semestre de 2026.
Enquanto isso, o shutdown do governo dos EUA atrasa a divulgação de dados oficiais sobre colheita, oferta e exportações, deixando o mercado sem referências fundamentais em pleno andamento da safra norte-americana.
O comportamento da China e o ritmo da colheita nos Estados Unidos serão decisivos para indicar se o atual equilíbrio de forças se manterá ou se novas correções de preço ocorrerão nos próximos meses.
Com informações de Canal Rural