Brasil Busca Vaga Plena na Asean, Diz Lula
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (24) que o Brasil trabalha para tornar-se membro pleno da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O anúncio foi feito após reunião com o secretário-geral da organização, Kao Kim Hourn, em Jacarta, capital da Indonésia.
Lula está em visita à região com o objetivo de aproximar o país politicamente do bloco e ampliar as trocas comerciais com um mercado de cerca de 680 milhões de habitantes. “O Brasil tem de acreditar na sua economia […] e aumentar a balança comercial, as reservas em dólares e atrair novos investimentos”, declarou.
Agenda na Indonésia e na Malásia
Depois do encontro em Jacarta, o presidente seguiu para Kuala Lumpur, na Malásia. A programação inclui participação na cúpula da Asean e na reunião de líderes do Leste Asiático (EAS), além de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Será a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro participa desses fóruns.
Parceria já existente
Desde 2023, o Brasil mantém com a Asean uma Parceria de Diálogo Setorial, que prevê coordenação política e cooperação multissetorial. Atualmente, o país é o único da América Latina com esse status no bloco.
Importância comercial
O comércio entre Brasil e países da Asean somou mais de US$ 37 bilhões em 2023. Se o grupo fosse um único país, ocuparia o quinto lugar entre os maiores parceiros comerciais brasileiros, ficando atrás de China, União Europeia, Estados Unidos e Argentina.
Bloco em expansão
Fundada em 1967 por Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, a Asean também reúne Brunei, Laos, Mianmar, Vietnã e Camboja. Durante a próxima cúpula, Timor-Leste será formalmente admitido como 11.º membro.
Áreas de cooperação
Segundo Lula, projetos de desenvolvimento, com destaque para a bioenergia, aproximam o Brasil do bloco. O presidente pretende ampliar, a partir de 2026, a colaboração para os setores de saúde e educação. Ele convidou o secretário-geral da Asean para a Cúpula de Líderes da COP30, marcada para 6 e 7 de novembro de 2026, em Belém, onde a associação manterá um pavilhão próprio.
Imagem: Ricardo Stuckert via canalrural.com.br
Defesa do multilateralismo
Lula reforçou a necessidade de fortalecer o multilateralismo e diversificar parcerias para reduzir o protecionismo e impulsionar o comércio internacional. “Quanto mais comércio e relações fortes com diversos países, melhor para o Brasil”, afirmou.
Oito acordos com a Indonésia
Na quinta-feira (23), Lula foi recebido em visita oficial pelo presidente indonésio, Prabowo Subianto. O encontro resultou em um comunicado conjunto e na assinatura de oito acordos nas áreas de:
- Minas e energia
- Agricultura
- Ciência e tecnologia
- Estatística
Setores privados dos dois países também firmaram instrumentos voltados à transição energética.
Ao participar do encerramento de um fórum empresarial com cerca de 400 participantes, o presidente brasileiro classificou a corrente de comércio de US$ 6,3 bilhões entre Brasil e Indonésia como “pequena” diante do porte das duas economias. Ele agradeceu a presença dos empresários brasileiros e disse esperar “um entrosamento cada vez mais forte” para ampliar esses números.
Com informações de Canal Rural