Início - Blog - Notícias e Tendências do Agro - Brasil, EUA e Austrália Discutem Aliança pelo Algodão
Associações do setor algodoeiro do Brasil, dos Estados Unidos e da Austrália iniciaram tratativas para criar uma ação conjunta de promoção da fibra natural em escala global. A iniciativa pretende reforçar, junto ao consumidor final, a mensagem de que o algodão é mais sustentável e seguro que as fibras sintéticas.
Segundo Gustavo Viganó Piccoli, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), já há concordância entre as entidades para “sentar à mesa” e formatar o programa de divulgação. Devem integrar o grupo a Abrapa e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), pelo lado brasileiro; a American Cotton Shippers Association (ACSA), dos EUA; e a Australian Cotton Shippers Association (ACSA), da Austrália.
Meta é recuperar espaço perdido
Piccoli afirma que o algodão tem perdido participação no mercado para tecidos sintéticos e que a campanha buscará “mostrar a narrativa correta da fibra natural versus a fibra fóssil”.
Para ampliar a visibilidade, a Abrapa vem realizando viagens de imersão para compradores estrangeiros. Na última edição, representantes de Turquia, Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Vietnã — destinos responsáveis por 84% das exportações brasileiras em 2024/2025 — visitaram fazendas em Mato Grosso. A associação vê potencial de crescimento sobretudo na Índia, que pode redirecionar áreas de algodão para produção de alimentos.
Exportações e safra recorde
- Em 2024, o Brasil exportou mais de 2,7 milhões de toneladas de pluma, superando os EUA e assumindo a liderança mundial.
- Para 2025/2026, a Abrapa projeta embarques de aproximadamente 3,2 milhões de toneladas.
- Dados do Comex Stat indicam que a Índia foi o sétimo maior comprador em 2024, com mais de 100 mil toneladas e receita de US$ 184,3 milhões — alta de 866% sobre 2023.
A colheita 2024/2025 está na reta final. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima safra recorde de 3,93 milhões de toneladas, mas a Abrapa acredita que o volume pode alcançar 4 milhões.
Imagem: Abrapa via agro.estadao.com.br
Desafio de preços
Mesmo com a produção elevada, o preço da libra-peso permanece entre 65 e 70 centavos de dólar há cerca de um ano, comprimindo as margens dos produtores. A entidade avalia que, sem perspectiva de aumento da demanda, a saída é reduzir custos e elevar a produtividade. A área plantada deve se manter próxima dos 2,08 milhões de hectares.
Com informações de Agro Estadão