Brasil Lidera Aliança Global Para Implementar Planos de Adaptação

A Presidência da COP30 anunciou nesta quarta-feira, 18 de novembro, a criação da Aliança de Implementação dos Planos Nacionais de Adaptação (NAPs). A iniciativa, conduzida pelo Brasil em conjunto com Alemanha, Itália e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), pretende ampliar o acesso a recursos financeiros e coordenar esforços globais para projetos de adaptação climática.

O lançamento ocorreu em evento de Alto Nível na Zona Azul da conferência e reuniu autoridades de diversos países, bancos multilaterais, fundos de investimento e organizações do terceiro setor.

Objetivos da nova plataforma

• Destravar financiamentos públicos e privados para ações de adaptação;
• Aproximar governos, instituições financeiras e sociedade civil;
• Fortalecer capacitação técnica e transferência de tecnologia.

A diretora de Programas da Presidência da COP30, Alice Amorim, afirmou que há uma mobilização crescente para transformar os planos em ações concretas. “É um mutirão pela adaptação”, disse.

Relatório recente do PNUD indica que a necessidade mundial de financiamento para adaptação é de oito a 14 vezes superior ao montante atualmente disponível. Para Youssef Nassef, diretor de Adaptação da UNFCCC, investir nesse campo é urgente: “Se adaptação não for paga em dinheiro, poderá custar vidas humanas”.

O Campeão de Alto Nível da COP30, Dan Ioschpe, destacou que Belém deve representar um ponto de virada. “Demos um enorme passo à frente com a criação dessa Aliança”, declarou.

Situação do Brasil

O governo brasileiro avançou na elaboração do seu Plano Nacional de Adaptação, ainda não submetido à UNFCCC. Segundo o secretário nacional de Mudança do Clima, Aloísio Melo, o processo identificou 560 municípios considerados mais vulneráveis.

Participação internacional

Além de Brasil, Alemanha e Itália, o debate contou com representantes de Vanuatu, Quênia, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Asiático de Desenvolvimento, Fundo Verde para o Clima (GCF), Fundo de Adaptação, NAP Global Network, NDC Partnership e fundações como Itaúsa e ClimateWorks.

Imagem: Carlos Tavares via canalrural.com.br

Panorama dos NAPs

Os Planos Nacionais de Adaptação orientam como cada país pretende enfrentar os impactos das mudanças climáticas no médio e longo prazos, reduzindo vulnerabilidades de populações, infraestrutura, economia e meio ambiente. Embora não obrigatórios, esses documentos facilitam o acesso a financiamento climático e fortalecem a cooperação internacional.

• 71 países já submeteram seus NAPs à UNFCCC;
• 11 nações apresentaram versões atualizadas em 2025;
• Paises menos desenvolvidos e pequenos estados insulares estão entre os mais expostos a eventos extremos como tempestades, inundações, ondas de calor e secas.

Recursos para o Fundo de Adaptação

Durante o ciclo da Presidência brasileira na COP30, o Fundo de Adaptação recebeu quase US$ 135 milhões em doações. Confira os valores anunciados:

• Bélgica (Região da Valônia): US$ 3,31 milhões
• Alemanha: US$ 69,36 milhões
• Islândia: US$ 0,62 milhão
• Irlanda: US$ 11,56 milhões
• Luxemburgo: US$ 5,78 milhões
• Portugal: US$ 1,16 milhão
• Coreia do Sul: US$ 0,84 milhão
• Espanha: US$ 23,12 milhões
• Suécia: US$ 13,28 milhões
• Suíça: US$ 5,16 milhões

Com a nova aliança, a COP30 busca consolidar parcerias e ampliar a disponibilidade de recursos para transformar planos nacionais em projetos de adaptação capazes de proteger comunidades e economias frente aos efeitos das mudanças climáticas.

Com informações de Canal Rural