Brasil Pode Liderar Segurança Alimentar Mundial, Aponta Especialista
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A crescente pressão sobre os recursos hídricos na Europa, na China e em outras regiões abre espaço para que o Brasil assuma papel central na oferta global de alimentos, segundo o comentarista de economia e política Miguel Daoud.
Escassez de água na Europa
Dados da Agência Europeia do Meio Ambiente indicam que apenas 40% das águas superficiais do continente estão em bom estado e que 30% da região enfrenta episódios anuais de escassez hídrica. Para tentar reverter o quadro, a União Europeia lançará em 2025 a Estratégia de Resiliência Hídrica, plano bilionário voltado a reduzir perdas, ampliar o reuso e incentivar técnicas de irrigação inteligente.
Reservas hídricas brasileiras
Com 12% da água doce disponível no mundo, o Brasil detém a maior reserva do planeta. Mais de 60% desse volume localiza-se na Bacia Amazônica, responsável por um quinto da vazão global de água doce. O país também abriga grandes aquíferos subterrâneos, como o Guarani e o Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA). Este último, com área superior a 1,2 milhão de km² e cerca de 150 quatrilhões de litros de água, seria suficiente para abastecer a população mundial por 250 anos, de acordo com informações citadas por Daoud.
Impacto no comércio de alimentos
Conforme o especialista, a tendência de governos preservarem seus mananciais deve aumentar a importação de alimentos produzidos no Brasil. A percepção que circula em encontros internacionais, relata Daoud, é que “é melhor comprar comida do Brasil do que gastar água para produzi-la”.
Agenda para a COP30
Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para 2025 em Belém, Daoud vê oportunidade para o país propor um pacto global que vincule água e alimento. Entre as iniciativas sugeridas estão:
Imagem: Reprodução via canalrural.com.br
- Créditos climáticos relacionados à retenção hídrica em áreas agrícolas;
- Pagamentos por serviços ambientais destinados a produtores que protejam nascentes e margens de rios;
- Fundo internacional de apoio à irrigação sustentável e ao reuso de água na agricultura tropical.
Para o comentarista, transformar a abundância hídrica em vantagem estratégica exige investimentos em irrigação sustentável, recuperação de matas ciliares e manejo adequado do solo.
Com informações de Canal Rural