Café do Jacu Custa R$ 1,6 mil o Quilo no Espírito Santo
Início - Blog - Notícias e Tendências do Agro - Café do Jacu Custa R$ 1,6 mil o Quilo no Espírito Santo
Uma das bebidas mais exclusivas do país é produzida na Fazenda Camocim, nas montanhas do Espírito Santo. Ali, o café do jacu chega ao mercado por cerca de R$ 1.600 o quilo após passar pelo sistema digestivo do jacu, ave típica da Mata Atlântica.
O proprietário da fazenda, o produtor rural Henrique Sloper, explica que o processo começa quando o pássaro consome apenas os frutos mais maduros. No trato digestivo da ave, ocorre uma fermentação natural que reduz o amargor, suaviza o sabor e diminui em cerca de 70% o teor de cafeína do grão.
Produção limitada e totalmente manual
Depois de expelidos, os grãos — ainda crus — se apresentam aglutinados em blocos que lembram um pé-de-moleque. A separação do café do restante do resíduo é feita manualmente, etapa que ajuda a justificar o preço elevado.
A colheita também é restrita ao comportamento alimentar do jacu. Segundo Sloper, a produção anual do café especial chega a três toneladas, frente às 230 toneladas do café convencional colhidas na propriedade.
Ave atua como “alarme de colheita”
Além de selecionar os melhores frutos, o jacu indica o ponto de maturação do cafezal e auxilia na dispersão de sementes na natureza. “Ele é alarme de colheita, selecionador de fruta e replantador”, resume o produtor.
Imagem: Fabiana Bertinelli Canal Rural via canalrural.com.br
Turismo e sustentabilidade
A fazenda se transformou em atração na região serrana capixaba, recebendo visitantes interessados em conhecer a peculiar cadeia produtiva. A presença do jacu também reforça práticas de agricultura regenerativa e contribui para a preservação da Mata Atlântica.
Embora caro, o café exótico não representa grande fatia do consumo nacional. O Brasil aparece na quarta posição entre os maiores consumidores mundiais da bebida, atrás de Japão, França e Inglaterra.
Com informações de Canal Rural