Cecafé Alerta para Impacto Global de Sobretaxa dos EUA
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As tarifas adicionais aplicadas pelos Estados Unidos ao café brasileiro podem desorganizar a cadeia internacional do produto e elevar os preços ao consumidor. O alerta foi feito nesta sexta-feira (22) por Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em entrevista à CNN Brasil.
Segundo Matos, a sobretaxa, vigente desde 6 de agosto, já causa prejuízo aos produtores nacionais e reforça a inflação nos EUA. Para discutir a retirada ou a redução do imposto, uma comitiva de empresários do agronegócio viajará a Washington no início de setembro, acompanhada da National Coffee Association e da missão da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Principais pontos levantados pelo Cecafé
- Participação brasileira: o Brasil responde por mais de 30% do abastecimento de café nos EUA.
- Consumo doméstico norte-americano: 76% da população dos EUA consome a bebida, que representa 1,2% do PIB do país e sustenta 2,2 milhões de empregos.
- Pressão nos preços: desde o anúncio das tarifas, a cotação saltou de cerca de US$ 2,70-2,80 para quase US$ 3,60 por libra-peso na bolsa.
- Dependência de blends: Matos afirma que o café brasileiro é insubstituível nas misturas preferidas pelos consumidores norte-americanos, sobretudo quando a produção mundial de arábica enfrenta restrições climáticas.
O diretor relatou adiamento e cancelamento de contratos, substituídos por grãos de outras origens, mesmo a custos maiores. “O mercado já está invertido há alguns anos, o futuro é mais barato que o presente, e os juros seguem elevados”, afirmou.
No Brasil, o governo anunciou linhas de crédito e financiamentos, mas Matos considera a ajuda limitada. Ele observa que 90% do café vendido aos EUA é verde e não se enquadra no Reintegra. Por isso, o Cecafé propôs à Frente Parlamentar da Agropecuária aumentar de 10% para 50% o crédito presumido de PIS/Cofins para exportadores.
Imagem: Divulgação ASN Nacional via canalrural.com.br
Matos defendeu urgência nas negociações. Sem avanço, avalia, o mercado tende a ficar “cada vez mais desregulado”, com preços em alta e maior imprevisibilidade para toda a cadeia global do café.
Com informações de Canal Rural