Cepea Projeta Poder de Compra Diverso no Agro até 2026
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Um levantamento inédito do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), preparado exclusivamente para o Canal Rural, indica movimentos opostos no poder de compra dos produtores de soja, milho, café arábica e boi gordo entre 2025 e 2026.
Situação da soja
Para a safra 2025/26, a relação de troca da soja tende a piorar em relação à média das últimas cinco temporadas (2020/21 a 2024/25). O estudo projeta que o agricultor precisará de mais sacas para cobrir o orçamento, reflexo da combinação entre custos ainda elevados – especialmente com fertilizantes e defensivos – e preço médio esperado abaixo do período recente.
Milho em melhora
No milho segunda safra 2025/26, o cenário é inverso. O produtor deve usar menos sacas para quitar os custos, graças ao recuo nas despesas com fertilizantes e defensivos e à previsão de preço médio mais favorável.
Café arábica em alta
Para o café arábica de alta tecnologia em Minas Gerais, a perspectiva é de avanço no poder de compra na safra 2026/27. A projeção aponta redução na quantidade mínima de sacas necessárias para arcar com cada item do custo, favorecida pela alta internacional dos preços diante da menor produtividade global. Apesar do alívio, o Cepea alerta que déficit hídrico e calor persistem, ainda que sistemas irrigados minimizem parte do risco.
Boi gordo e sensibilidade aos custos
Em relação ao boi gordo, o estudo ressalta que reposição e alimentação respondem por pelo menos 80% das despesas anuais de recria e engorda, considerando preços de setembro de 2025. O início do período de águas 2025/26 sugere alta nos animais de reposição, enquanto a incerteza cambial sustenta valores elevados para insumos importados, como fertilizantes e suplementos minerais.
Imagem: Seagri via canalrural.com.br
Mesmo assim, a boa expectativa para a safra de grãos ajuda a conter o preço dos ingredientes da ração, limitando o impacto dos demais custos sobre as margens previstas para 2026.
Custos fixos seguem altos
O Cepea observa que mão de obra e depreciação continuam representando parcela relevante dos custos fixos. A diluição desses gastos ainda é restrita, pois a pecuária nacional avança, mas opera abaixo do potencial. Sistemas com maior capitalização tendem a distribuir melhor essas despesas e, consequentemente, apresentar margens superiores no médio prazo.
Com informações de Canal Rural
Artigo criado em: 04/12/2025
Revisado em: Dezembro de 2025