Início - Notícias e Tendências do Agro - Cerrado Registra 81,4 Mil Focos de Incêndio em 2024
O Cerrado acumulou 81.468 focos de incêndios florestais em 2024, volume que representa 29,3% de todas as ocorrências no país, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O bioma só ficou atrás da Amazônia, responsável por mais de 140 mil registros (50,4%) no mesmo período.
Situação nos estados do Matopiba
Entre 2024 e agosto de 2025, os estados que formam a região conhecida como Matopiba tiveram comportamentos distintos:
- Maranhão: queda de 20% nos focos
- Tocantins: redução de 29%
- Bahia: alta de 14%
- Piauí: aumento de 24% até 25 de agosto deste ano
Impactos no Parque Vida Cerrado
Localizado em Barreiras (BA), o Parque Vida Cerrado – primeiro centro de conservação e educação socioambiental do oeste baiano – ainda apresenta marcas de incêndios ocorridos há mais de uma década. A bióloga Gabrielle Rosa explica que árvores adultas possuem um tecido protetor chamado súber, mas plantas jovens não contam com essa defesa:
“Quando o fogo se repete, as espécies jovens são eliminadas”, diz a especialista.
O parque mantém 19 animais em recuperação, entre eles o lobo-guará Pequi e um casal de gaviões. Casos de fauna morta, como uma cobra-coral encontrada carbonizada, também foram registrados.
Tecnologia de monitoramento
Para mapear os focos, o INPE opera 11 satélites que capturam imagens termais em diferentes horários. Segundo Fabiano Morelli, coordenador do Programa Queimadas, alguns equipamentos cobrem toda a América do Sul e do Norte a cada dez minutos, aumentando a precisão do sistema.
Imagem: Vinicius Ramos Canal Rural BA via canalrural.com.br
Causas e prevenção
O MapBiomas Fogo, desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), aponta o Cerrado como o bioma proporcionalmente mais afetado pelas chamas. A coordenadora técnica Vera Arruda reforça que a maioria dos incêndios tem origem humana, seja por ação criminosa, manejo de áreas ou práticas culturais.
“A prevenção depende de mudança de comportamento, principalmente no período seco, para evitar o uso inadequado do fogo e mitigar impactos ambientais e sociais”, conclui.
Com informações de Canal Rural