China Pode Ampliar Compra de Soja do Brasil, Diz Analista
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Em meio à intensificação da disputa comercial entre Estados Unidos e China, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que pretende direcionar parte da arrecadação do novo tarifaço para compensar produtores rurais afetados pela perda do mercado chinês.
O comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, avalia que o cenário cria oportunidade para o Brasil. Segundo ele, a China, principal cliente da soja brasileira, pode aumentar ainda mais sua participação nas compras do grão no país.
Estoque recorde pressiona preços
Daoud destaca que a questão vai além das tarifas impostas por Washington. A China já enfrentou tensões mais severas com os Estados Unidos e manteve suas aquisições. Agora, porém, conta com estoques elevados e aproveita o excedente mundial:
- Estoque de passagem global: cerca de 125 milhões de toneladas;
- Volume no Brasil: quase 4 milhões de toneladas.
Esse excedente pressiona as cotações e pode provocar novas quedas no mercado futuro de soja, observa o analista.
Diversificação para reduzir riscos
Além da soja e do milho, a China é um mercado em expansão para produtos como café, lembra Daoud. Ele defende que o Brasil invista em itens com maior valor agregado para diminuir a exposição aos ciclos de baixa das commodities.
Imagem: Montagem Canal Rural via canalrural.com.br
Dívida global preocupa
O especialista chama atenção ainda para um vetor que considera estrutural: o endividamento mundial, estimado em 350 trilhões de dólares — mais de 300% do PIB global, calculado em 110 trilhões. O quadro eleva o risco de aumentos nos juros nos Estados Unidos e na Europa, com potencial impacto sobre toda a economia.
Nesse ambiente, a China segue como cliente estratégico do Brasil, mas pode escolher entre fornecedores ou recorrer aos próprios estoques, ressalta Daoud. Para ele, o foco deve estar no monitoramento da dívida global e das taxas de juros, fatores que influenciam todos os mercados.
Com informações de Canal Rural