Chuvas Irregulares Ameaçam Safra de Soja em Mato Grosso

A safra 2025/26 de soja em Mato Grosso avança sob clima instável que provoca atrasos no plantio e já acarreta perdas em várias regiões do estado. Chuvas escassas e períodos de estiagem prolongada, que chegam a 30 dias em alguns pontos, elevaram os custos e reduziram o potencial produtivo das lavouras.

Produtores enfrentam falhas na germinação

No município de Ipiranga do Norte, o agricultor Daniel Rizzi semeou 920 hectares, mas relata dificuldades desde a emergência das plantas:

“Iniciou-se bem cedo a chuva, mas tivemos cortes grandes no meio. Houve talhões que ficaram até 20 dias sem chuva. As plantas sofreram para germinar e para crescer. Tivemos muita perda e, junto com a seca, vieram lagartas e outras pragas”, afirma.

Sorriso projeta queda de até 10 sacas por hectare

Em Sorriso, maior produtor de soja do país, o cenário é semelhante. O presidente do Sindicato Rural local, Diogo Damiani, calcula redução de 8 a 10 sacas por hectare: “Esperamos por chuvas generalizadas que garantam umidade no solo e permitam o bom desenvolvimento da cultura”.

Damiani lembra que, até 30 de setembro, cerca de 50% da área de Sorriso estava semeada, ritmo considerado adiantado. Entretanto, a mudança no regime de chuvas em outubro comprometeu a evolução das lavouras e obrigou parte dos sojicultores a optar pelo replantio.

Imagem: canalrural.com.br

Calor excessivo agrava perdas

Em Gaúcha do Norte, o produtor Adalberto Grando cultiva 2.700 hectares e descreve prejuízos semelhantes: “Em outras épocas, a lavoura já teria fechado as linhas. Agora, o calor forte e a falta de chuva estão comprometendo o estande de plantas”. O produtor alerta que a margem de rentabilidade está “no limite” e não há espaço para erros de manejo.

Com custos altos e produtividade em risco, os sojicultores mato-grossenses aguardam precipitações mais regulares nas próximas semanas para evitar perdas maiores no maior estado produtor de soja do Brasil.

Com informações de Canal Rural