Ciência e Pecuaristas do Pampa Buscam Cortar Emissão de Metano

A redução de gases de efeito estufa na criação de bovinos mobiliza pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul (RS) e produtores do bioma Pampa. Estudos recentes indicam que a combinação de melhoramento genético e manejo adequado das pastagens pode diminuir significativamente a produção de metano, um dos principais poluentes do setor.

Genética a favor do clima

Nas Provas de Emissões de Gases (PEG), mais de 150 reprodutores das raças Angus, Charolês, Hereford e Braford já foram avaliados. O objetivo é selecionar animais mais eficientes na conversão alimentar e com menor exalação de metano. Segundo a pesquisadora Cristina Genro, a disseminação desse perfil genético em milhões de cabeças pode gerar impacto expressivo na atmosfera.

Para ampliar a escala dos testes, a unidade adquiriu o equipamento GreenFeed, capaz de medir, de forma contínua, as emissões de até 100 bovinos simultaneamente. Os dados deverão compor novos índices genéticos voltados à pecuária de baixa emissão.

Manejo do pasto completa a estratégia

Além da genética, manter a altura correta de pastejo mostrou reduzir em até 30% as emissões em relação aos valores de referência do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A prática inclui controle de lotação por hectare e uso de forrageiras adaptadas, o que favorece o acúmulo de carbono no solo.

Os trabalhos compõem programas já reconhecidos pela Embrapa, como Carne Carbono Neutro (CCN), Carne Baixo Carbono (CBC) e Carbono Nativo (CN). De acordo com Genro, a mitigação pode alcançar 38% via melhoramento genético, 20% com dietas balanceadas e 35% por meio do manejo das pastagens.

Imagem: Divulgação l Felipe Rosa via canalrural.com.br

Essas iniciativas ganham relevância após o compromisso assumido pelo Brasil na COP26, em 2021, de reduzir as emissões de metano, e apontam para um produto com apelo ambiental crescente nos mercados interno e externo.

Com informações de Canal Rural