Clima Incerto e Custos Altos Desafiam Safra de Soja em MT
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O plantio da soja 2024/25 começou em Mato Grosso sob um cenário de incerteza climática e aperto nas margens de lucro. Agricultores avaliam o momento ideal para semear, de olho na janela do milho de segunda safra e nos custos elevados de sementes e insumos.
Plantio restrito a áreas irrigadas
Em Novo Ubiratã, na região médio-norte, o produtor Nathan Belusso pretende cultivar 2.500 hectares. No momento, as semeadoras trabalham em 100 hectares irrigados. “Até a próxima semana queremos concluir toda a área irrigada. Depois, aguardaremos chuva suficiente para iniciar o plantio no sequeiro”, afirma. Segundo ele, a irrigação permite antecipar as operações seguintes, como milho e feijão.
Sorriso espera chuvas na segunda quinzena
No maior polo produtor do estado, Sorriso, o plantio ainda não começou. O presidente do Sindicato Rural local, Diogo Damiani, informa que nem as áreas irrigadas foram semeadas. “Estamos aguardando previsão de chuvas para a segunda quinzena de setembro”, diz. A estimativa é abrir espaço para cerca de 480 mil hectares de milho no próximo ciclo.
Necessidade de três safras ao ano
Com margens apertadas, produtores buscam viabilizar soja, milho e, em alguns casos, uma terceira cultura no mesmo ano agrícola. “Se a soja for colhida cedo, a janela para o milho melhora e o fluxo de caixa gira”, ressalta Damiani.
Comercialização lenta do milho 25/26
Levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que apenas 15,51% da safra de milho 2025/26 foi vendida antecipadamente. O índice está acima do registrado no mesmo período do ano passado, mas segue inferior à média dos últimos cinco anos.
Equilíbrio entre cautela e agilidade
Para o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, o produtor precisa conciliar prudência com rapidez na semeadura. “O custo de sementes e insumos é muito alto. Porém, o milho exige plantio em janela curta, então a soja precisa ser estabelecida sem atraso para garantir produtividade nas duas safras”, afirma.
Imagem: Pedro Silvestre via canalrural.com.br
Influência do La Niña
As previsões climáticas indicam atuação do fenômeno La Niña, que tende a aumentar o volume de chuvas no Centro-Oeste, mas com possibilidade de irregularidade, fator que mantém o setor em alerta.
Apesar dos desafios, produtores avaliam que o avanço controlado do plantio, aliado ao acompanhamento das previsões meteorológicas, será decisivo para a rentabilidade da safra.
Com informações de Canal Rural