Conectividade Alcança 69% das Lavouras de Café no Brasil
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Levantamento da ConectarAGRO em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) indica que 69% dos 1,27 milhão de hectares plantados com café no país estão cobertos por redes móveis 4G ou 5G. O resultado sinaliza avanço, mas também evidencia diferenças significativas entre regiões produtoras.
Estados com maior cobertura
- Paraná: 81,8%
- Espírito Santo: 79,5%
- São Paulo: 76,3%
No Espírito Santo, a ampla conectividade se soma à produção de conilon no norte e de arábica nas áreas montanhosas, garantindo a maior produtividade média entre os principais estados produtores, com 32,03 sacas por hectare.
Em São Paulo, regiões tradicionais como Mogiana e Alta Mogiana se beneficiam da conexão para aprimorar qualidade e rastreabilidade. O Paraná, que se voltou aos cafés especiais após as geadas da década de 1970, também aproveita a infraestrutura digital para agregar valor.
Maior produtor tem cobertura intermediária
Detentor da maior área cafeeira do país, Minas Gerais soma 886 mil hectares, dos quais 67,8% contam com internet móvel. A presidente da ConectarAGRO, Paola Campiello, destaca que a topografia montanhosa, a dispersão geográfica e o predomínio de pequenas propriedades dificultam a universalização do sinal, mesmo em polos tradicionais como Sul de Minas e Matas de Minas.
Piores índices
- Bahia: 40,7% das lavouras conectadas, apesar da produtividade de 25,43 sacas por hectare.
- Goiás: apenas 10,5%, o menor índice do estudo.
A distância entre as áreas produtivas e os centros urbanos no Oeste Baiano e na Chapada Diamantina, além da falta de infraestrutura em Goiás, são apontadas como principais entraves.
Imagem: Divulgação via canalrural.com.br
Desigualdade entre municípios mineiros
- Patrocínio: 44,5 mil ha cultivados; 57,9% conectados.
- Monte Carmelo: 81,9% de cobertura e produtividade de 42 sacas/ha.
- Serra do Salitre: 16,7 mil ha; 23% de conexão.
Os números revelam que, mesmo em áreas de forte tradição cafeeira, a falta de internet pode limitar ganhos de eficiência e adoção de tecnologias ligadas à agricultura de precisão.
Segundo Campiello, a conectividade no campo viabiliza sensores climáticos, sistemas de irrigação inteligentes e plataformas de rastreabilidade que passam a ser exigidas por mercados internacionais. A dirigente ressalta que ampliar o acesso digital é fundamental para manter a competitividade do café brasileiro.
Com informações de Canal Rural