Crédito Habitacional Avança, Crédito Rural Segue Travado

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O governo federal autorizou a liberação de parte dos depósitos compulsórios da poupança, hoje obrigatoriamente destinados em 65% ao financiamento imobiliário, para expandir o crédito habitacional e reduzir as taxas de juros da casa própria.

De acordo com o comentarista de Economia e Política do Canal Rural, Miguel Daoud, a decisão beneficia um contingente urbano numeroso — famílias de diferentes classes sociais que buscam adquirir o primeiro imóvel — e, portanto, tem grande apelo eleitoral.

Produtores rurais ficam à margem

Enquanto o crédito imobiliário recebe reforço, o setor agropecuário continua sem mudanças estruturais. Segundo Daoud, cerca de 23% dos produtores rurais — médios e grandes — são responsáveis por aproximadamente 75% do valor gerado na produção agropecuária brasileira, mas encontram dificuldades para financiar suas atividades.

Esses produtores enfrentam:

  • Juros elevados e spreads superiores a 20% ao ano;
  • Limites de financiamento travados;
  • Ausência de novas linhas de crédito para custeio e investimento.

Sugestão de uso dos depósitos à vista

O analista defende que o governo aplique ao campo a mesma estratégia adotada para a habitação, liberando parte dos depósitos compulsórios à vista — atualmente parados no sistema financeiro — para irrigar o crédito rural com prazos mais longos e taxas menores. A medida, argumenta, aumentaria a liquidez sem demandar novos subsídios fiscais.

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Imagem: canalrural.com.br

Para Daoud, o desequilíbrio mostra que decisões sobre crédito no país seguem o peso do eleitorado e não o da produção. “O Brasil financia o consumo, mas estrangula a produção”, afirma.

Com informações de Canal Rural

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