Daoud Alert​a Para Risco de Instabilidade Após Ato do STF

O comentarista de economia e política Miguel Daoud afirmou ver “espanto técnico, institucional e econômico” na decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de convocar uma acareação sobre a liquidação do Banco Master, envolvendo ainda o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Central do Brasil (BC).

Para Daoud, a medida coloca em dúvida a autonomia legal e constitucional do BC, criada justamente para permitir “decisões difíceis” em momentos de crise. Segundo ele, a liquidação é recurso extremo e visa preservar o sistema financeiro, evitando contágio.

No caso do Banco Master, o custo da intervenção alcançou R$ 41 bilhões, cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O comentarista reconhece o valor elevado, mas argumenta que cifras altas não indicam erro e que a omissão pode ser mais onerosa.

Referência à crise de 2008

Daoud citou o colapso do Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, quando o governo dos Estados Unidos optou por não intervir. Para ele, aquela decisão desencadeou a maior crise financeira desde 1929, cujo impacto ainda é sentido na economia mundial.

Consequências para a credibilidade

O comentarista avaliou que questionamentos judiciais tardios ou pressões políticas podem fragilizar a credibilidade do BC, considerada fundamental para:

Imagem: Banco Central do Brasil via canalrural.com.br

• o nível do risco-país;
• o custo da dívida pública;
• a confiança de investidores;
• a avaliação de agências de rating.

Ele acrescentou que o cenário fica mais delicado diante de tentativas de abrir uma CPI sobre o tema no Congresso e de investigações paralelas, o que, em sua visão, gera desgaste institucional.

Daoud concluiu que um Banco Central sujeito a revisões políticas ou judiciais tende a agir “olhando pelo retrovisor”, perdendo agilidade justamente quando rapidez é essencial para conter crises.

Com informações de Canal Rural

Artigo criado em: 30/12/2025
Revisado em: Dezembro de 2025