Dia Internacional do Café Enfrenta Desafios Globais

Comemorado neste domingo (1º), o Dia Internacional do Café chega em meio a um cenário de pressões internas e externas para a cadeia produtiva no Brasil, maior produtor e exportador mundial do grão.

Desde 2020, o setor vive uma combinação de eventos climáticos extremos, custos de produção mais altos e tensões geopolíticas, fatores que alcançaram o bolso do consumidor. Levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) com 4.200 entrevistados aponta que 24% deles reduziram o consumo, maior índice da série histórica.

Segundo a ABIC, o principal motivo para a retração é o avanço de mais de 70% nos preços do café nos últimos dois anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compilados pela entidade.

Barreiras tarifárias e ambientais

As tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, em vigor desde agosto, estão entre as principais preocupações. Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), afirma que a prioridade é negociar a isenção o quanto antes e reforça a atuação junto às autoridades norte-americanas.

No mercado europeu, o debate gira em torno da lei antidesmatamento da União Europeia, que proíbe a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas. Matos ressalta que a cafeicultura nacional é “carbono negativa” — sequestra mais carbono do que emite — e baseada em pilares de sustentabilidade social, ambiental e econômica.

Imagem: Pixabay via canalrural.com.br

Confiança do consumidor

Apesar dos desafios, o café permanece presente em 98% dos lares brasileiros. A pesquisa mostra que 87% dos consumidores reconhecem o selo de qualidade da ABIC. “Nosso papel é garantir que o café siga presente em todos os lares, mantendo qualidade e segurança alimentar”, diz o diretor-executivo da entidade, Celírio Inácio.

Para Marcos Matos, o grão faz parte do patrimônio nacional e, em 2027, completará três séculos no país. “Reafirmamos nosso compromisso em promover a sustentabilidade, a competitividade e a eficiência do setor”, conclui.

Com informações de Canal Rural