Dieta Energética Impulsiona Embriões em Novilhas e Triplica Lucro

Um experimento conduzido pela Embrapa Cerrados, no Distrito Federal, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), demonstrou que a oferta de uma dieta de alta densidade energética a novilhas nelore pré-púberes aumenta em 21% a produção de embriões in vitro e gera retorno financeiro até 2,8 vezes maior em comparação ao manejo alimentar convencional.

A pesquisa avaliou 34 novilhas com cerca de 160 kg, divididas em dois grupos:

• PN1 – plano tradicional: pasto com suplementação moderada e ganho estimado de até 700 g/dia;
• PN2 – plano de alta energia: silagem de milho e concentrados mais calóricos, com ganho de 1 kg/dia.

Entre os principais resultados observados no regime de alta energia (PN2) em relação ao convencional (PN1) estão:

• 49% mais ovócitos recuperados;
• 42% mais ovócitos viáveis;
• 21% mais embriões produzidos in vitro;
• Peso médio de 321 kg aos 12 meses, ante 309 kg no grupo tradicional.

Apesar de elevar os custos de alimentação entre 29% e 36%, o PN2 permitiu média de 6,8 embriões por novilha, contra 3,6 no sistema convencional. Com isso, a receita foi 77% maior e a margem líquida alcançou valor 2,8 vezes superior na produção de embriões congelados para transferência direta.

O estudo ainda testou a administração de melatonina, hormônio com ação antioxidante, em associação à dieta energética. A combinação elevou em até 13% a taxa de blastocistos, aproximando o desempenho reprodutivo das novilhas ao de vacas adultas.

Imagem: Carlos Frederico Martins via canalrural.com.br

Segundo o pesquisador Carlos Frederico Martins, a antecipação do primeiro parto para 14 meses — frente aos 24 meses usuais — reduz custos e acelera o progresso genético. Já a pesquisadora Isabel Ferreira destacou que o aumento de produtividade compensou os gastos adicionais, tornando a estratégia economicamente viável para sistemas comerciais.

Com informações de Canal Rural