Dólar Cede, Mas Queda Não Deve Persistir, Diz Especialista
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A cotação do dólar encerrou o último pregão a R$ 5,29, menor valor desde 6 de junho de 2023, quando terminou a R$ 5,25. Apesar do recuo, o sócio e private advisor da Blue Investimentos, Lucas Martins da Silva, avalia que não há espaço para quedas mais acentuadas no curto prazo.
Corte de juros nos EUA em foco
O mercado aposta no primeiro corte de juros norte-americanos em 2025. Nesta quarta-feira (17), o Federal Reserve deve reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 4% a 4,25%. A decisão é apontada por Silva como o principal fator que pressiona a moeda.
No fim de 2024, o dólar chegou a superar R$ 6,20 em meio às dúvidas fiscais no Brasil. Desde então, a política monetária doméstica contribuiu para estabilizar o câmbio e abriu caminho para a correção recente.
Efeito da Selic e da “Super Quarta”
Segundo o especialista, o patamar elevado da Selic, hoje em 15%, sustenta a valorização do real. O mercado também aguarda a manutenção dos juros brasileiros durante a chamada Super Quarta, quando decisões do Banco Central e do FED são divulgadas no mesmo dia.
Reflexos no agronegócio
A valorização do real reduz a receita das exportações agropecuárias e afeta a competitividade dos produtos brasileiros. Caso o preço em dólar suba, compradores podem migrar para fornecedores com menor impacto cambial, como Estados Unidos e Argentina, alerta Silva. A maior volatilidade também pressiona as cotações internas de soja e milho.
Imagem: Pixabay via canalrural.com.br
O câmbio instável se soma às tarifas de 50% impostas pelos EUA a determinados itens brasileiros, medida que já foi incorporada aos preços, segundo o analista.
Gestão de riscos
Silva recomenda que produtores monitorem a política monetária norte-americana, as decisões sobre a Selic e o risco fiscal brasileiro, fatores que podem acionar movimentos de fuga para o dólar. Ele sugere o uso de hedge cambial como proteção contra oscilações bruscas.
Com informações de Canal Rural