Dólar Deve Ficar Perto de R$ 5 nos Próximos Meses

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São Paulo, 3 de março – O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, afirmou que a cotação do dólar tende a se manter mais próxima de R$ 5 do que de R$ 5,50 nos próximos seis a nove meses, refletindo a fraqueza global da moeda norte-americana.

Durante evento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo, Honorato declarou que cerca de 70% da valorização do real desde o início do ano se deve à queda do dólar no mercado internacional.

Segundo o executivo:

  • se acompanhasse de perto o comportamento do dólar frente a outras moedas, a taxa de câmbio poderia estar em torno de R$ 4,60;
  • se seguisse uma cesta de países emergentes com perfil semelhante ao do Brasil, o nível estaria perto de R$ 4,90.

Críticas à moeda única do Brics

Honorato rechaçou a proposta de criação de uma moeda comum entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics). “Acho muito ruim a ideia da moeda dos Brics. O Brasil deveria fugir disso como o diabo foge da cruz”, disse, acrescentando que a tensão comercial imposta pelos Estados Unidos na gestão Donald Trump aproxima América Latina e Europa da China.

Inflação e política monetária

Para o economista, a combinação de desaceleração da atividade interna e câmbio estável abre espaço para o início de cortes na taxa Selic. Contudo, ele considera “impossível ou muito improvável” que a inflação chegue exatamente à meta de 3,0%, devido ao elevado gasto público e à descoordenação entre as políticas fiscal e monetária.

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Imagem: Pixabay via canalrural.com.br

Honorato avaliou que, se o Banco Central mantiver rigor absoluto na meta, seria necessário carregar uma Selic em torno de 15% ao longo de 2024 para obter inflação perto de 3,5%. Mesmo assim, defendeu a manutenção da meta em 3% para preservar a credibilidade, com convergência gradual após avanços no ajuste fiscal.

Com informações de Canal Rural

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