Embrapa Ajusta Soja Brasileira para Alimentação da Coreia

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Representantes da Korea Agro-Fisheries & Food and Trade Corporation (aT) estiveram na última quinta-feira (28) na Fazenda Dourados, do Grupo Recanto, em Paracatu (MG), para acompanhar ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) de 132 linhagens de soja convencional desenvolvidas pela Embrapa.

A visita integra o acordo assinado em 2024 entre aT, Embrapa Cerrados e Fundação Cerrados para criar cultivares não transgênicas de alto rendimento destinadas à fabricação de alimentos típicos sul-coreanos, como tofu, pasta fermentada de soja (doenjang) e leite de soja.

Testes e seleção

A Coreia do Sul consome cerca de 360 mil toneladas de soja por ano para alimentação. Até agora, o país importa majoritariamente dos Estados Unidos, mas busca diversificar fornecedores. Para isso, aT enviou inicialmente cinco amostras brasileiras para análise. Após testes de rendimento, coagulação e sabor do tofu, duas variedades foram consideradas aptas a substituir a soja norte-americana. Nas próximas semanas, 700 kg de grãos dessas linhagens seguirão para avaliação industrial na Ásia.

Características desejadas

Os pesquisadores procuram materiais com teor de proteína acima de 36% e níveis elevados dos ácidos graxos poli-insaturados linoleico (ômega-6) e linolênico (ômega-3). Segundo o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, a participação da indústria coreana permite alinhar a seleção genética a parâmetros exigidos pelo mercado consumidor.

Plantio em Minas Gerais

A Fazenda Dourados, com 800 hectares irrigados, cultiva soja em 0,9 hectare de uma das variedades já aprovadas pela empresa asiática e mantém outras sete em fase de registro em área de 6 hectares, semeadas em 3 de junho e com colheita prevista para início de outubro.

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Imagem: Pixabay via canalrural.com.br

O manejo inclui adubação rica em silício, cálcio e boro, o que, segundo o consultor Elmiro Queiroz, favorece o desenvolvimento das plantas durante o inverno, reduz ataques de lagartas e a pressão da mosca-branca, dispensando até o momento pulverizações contra essas pragas.

Próximos passos

Para o presidente do Instituto Soja Livre e da Fundação Cerrados, Luiz Fiorese, o objetivo é obter volume de sementes suficiente até meados de 2025, permitindo iniciar a produção comercial de dois a três materiais na safra 2026/27. Ele ressalta que, além da Coreia do Sul, outros mercados asiáticos, como o Japão, também demandam soja convencional.

Com informações de Canal Rural

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