Endividamento e Juros Altos Ameaçam Vendas de Máquinas em 2026

O mercado brasileiro de máquinas agrícolas encerrou 2025 sem a reação esperada e deverá enfrentar obstáculos semelhantes em 2026, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet. O executivo apontou juros elevados, aumento da inadimplência e menor rentabilidade do produtor rural como principais fatores de pressão.

Vendas praticamente estáveis em 2025

• Tratores de rodas e colheitadeiras: retração de 0,7% no varejo no acumulado do ano.
• Unidades comercializadas: pouco mais de 43 mil em 2024 e volume semelhante em 2025.
• Atacado: avanço de 18%, para cerca de 47 mil unidades, impulsionado por base fraca e concentração em máquinas de baixa potência.

Calvet alertou que o predomínio de equipamentos de menor potência pode comprometer a produtividade no médio prazo. Ele também observou “forte incremento” dos estoques nas concessionárias ao longo do ano, estratégia usada para evitar desligamentos.

Crédito restrito e inadimplência em alta

Mesmo com safra robusta e Produto Interno Bruto (PIB) positivo, o cenário de financiamento segue adverso:

• Inadimplência em veículos: 5,4% para pessoas físicas, maior nível desde novembro de 2023; 3,7% para pessoas jurídicas em outubro de 2024, patamar mais alto desde junho de 2017.
• Concessão de crédito: recuo de 2% para pessoas jurídicas nos últimos 12 meses.
• Moderfrota: disponibilidade de recursos no programa indica demanda enfraquecida por novos investimentos.

Perspectivas para 2026

A Anfavea projeta novo ano de desafios:

Imagem: canalrural.com.br

• PIB: crescimento positivo, porém menor que o de 2025.
• Safra: expectativa de volume abaixo do recorde atual, com maior pressão sobre preços das commodities.
• Juros: permanência em patamar elevado ao menos até o primeiro trimestre; cortes previstos devem ser modestos.

Calvet ressaltou que a postergação de investimentos pode reduzir produtividade devido ao uso prolongado de máquinas mais antigas. Para mitigar riscos, o dirigente defende uma estratégia mais agressiva de exportações, reduzindo a dependência do mercado interno.

Com informações de Canal Rural

Artigo criado em: 18/12/2025
Revisado em: Dezembro de 2025