Especialista Defende Seguro Rural e Critica Dívidas no Agro
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O consultor em gestão de riscos agropecuários Pedro Loyola afirma que as sucessivas prorrogações de dívidas do setor rural, adotadas anualmente pelo governo para amenizar prejuízos causados por geadas, secas, enchentes, chuvas na colheita, granizo ou incêndios, agravam a vulnerabilidade dos produtores e travam novos investimentos.
Segundo Loyola, cada renegociação gera passivos que se estendem de dois a cinco anos, dificultando o acesso a crédito, reduzindo a produtividade e diminuindo a renda no campo. Sem uma cobertura de seguro adequada, novos eventos climáticos exigem renegociações adicionais, perpetuando o ciclo de endividamento.
Comparação entre crédito e seguro
- Em 2021, cada R$ 1 dedicado à subvenção do seguro rural gerou R$ 57 em importância segurada.
- No mesmo período, o crédito rural resultou em apenas R$ 7 em valor financiado por real investido.
- Em 2024, R$ 600 milhões foram liberados ao seguro rural, mas R$ 354 milhões permanecem bloqueados.
- Os subsídios destinados a crédito rural, renegociações e Proagro ultrapassam R$ 15 bilhões.
Loyola ressalta que iniciativas emergenciais adotadas desde a década de 1970 — incluindo securitizações, Pesa e a Lei 11.775/2008 — custaram caro aos cofres públicos sem resolver a fragilidade estrutural do campo. Ele defende transparência nos custos e no retorno de instrumentos como crédito rural, Proagro e seguro rural.
Proposta para 2026
Para interromper o ciclo de improviso, o especialista recomenda:
Imagem: canalrural.com.br
- Liberação, até setembro de 2025, dos R$ 354 milhões bloqueados neste ano para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
- Previsão de orçamento estável e não contingenciável de R$ 3 bilhões para o PSR na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026.
- Reforço de recursos para o Zonamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), da Embrapa, garantindo base científica ao seguro rural.
Para Loyola, medidas estruturantes de prevenção, com planejamento orçamentário previsível, podem transformar a política agrícola em instrumento de resiliência, produtividade e competitividade, rompendo décadas de soluções paliativas.
Com informações de Canal Rural