Início - Notícias e Tendências do Agro - Especialistas Veem Acordo Mercosul-EFTA Mais Político
O Mercosul firmou esta semana, no Rio de Janeiro, um tratado de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
Hoje, esses quatro países respondem por menos de 1% das exportações brasileiras e por pouco mais de 1,5% das importações. Mesmo assim, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta mais de 700 oportunidades de vendas para a região.
Impacto projetado
A estimativa do governo é de que o acordo possa acrescentar R$ 3,34 bilhões às exportações nacionais até 2044. Em 2024, o Brasil embarcou US$ 3,1 bilhões para a EFTA, dos quais 38% corresponderam a alumina calcinada.
Visão do mercado
- José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), vê o pacto mais como demonstração da capacidade de negociação do bloco sul-americano com países desenvolvidos do que como gerador de ganhos expressivos. “O simbolismo é mais forte que as oportunidades reais”, declarou.
- Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, ressaltou que o texto segue linhas semelhantes ao discutido com a União Europeia e pode fortalecer a posição do Mercosul para destravar esse entendimento.
Reação dos setores atingidos por tarifas dos EUA
Ramos afetados pelas tarifas norte-americanas, como o de máquinas e equipamentos, avaliam a abertura de novos mercados positivamente, ainda que considerem o potencial econômico restrito. Para Patrícia Gomes, diretora de mercados externos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), ampliar a rede de acordos é “essencial”, mas futuros tratados deveriam prever redução gradual de impostos sobre bens de capital, com prazo de até dez anos para zeragem.
Imagem: Jefferson Aleffe via canalrural.com.br
A entidade espera que a reforma tributária ajude a reduzir custos industriais e eleve a competitividade brasileira.
Com informações de Canal Rural