Exportação de Café aos EUA Desaba 47% Após Tarifas

As vendas externas de café brasileiro para os Estados Unidos encolheram 47% entre 1º e 25 de agosto, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O recuo é atribuído à nova taxação imposta pelo governo norte-americano, que tem provocado forte volatilidade nos preços internacionais.

Na última semana, os contratos futuros acumularam queda de quase 3%, reflexo da incerteza gerada pelas tarifas. Para o diretor da Faros Consultoria, Haroldo Bonfá, a medida dos EUA retira entre 7 e 8 milhões de sacas por ano do fluxo que normalmente seguiria para aquele mercado.

Diante do cenário, exportadores buscam rotas alternativas. A estratégia passa por enviar o produto a Canadá ou México para posterior processamento e reexportação aos Estados Unidos, prática para a qual o Brasil já possui histórico comercial.

Impacto nos preços e no consumo

• Nos EUA, a alta de até 50% no custo da matéria-prima tende a ser repassada ao consumidor, pressionando indicadores de inflação.
• Apesar disso, Bonfá avalia que o consumo não deve ceder, pois o café é considerado inelástico — variações de preço não afetam significativamente a demanda.

Orientação aos produtores

Bonfá recomenda cautela na comercialização da safra. Ele sugere que os produtores, em boa parte capitalizados, distribuam as vendas ao longo do período até a próxima colheita, aproveitando momentos de rentabilidade sem comprometer o estoque.

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Mesmo com a oferta adicional de Vietnã e Colômbia, o especialista acredita que não haverá café arábica suficiente para cobrir a lacuna deixada pelo Brasil no mercado norte-americano. Consequentemente, a maioria dos analistas projeta preços elevados até o início da próxima colheita.

Com informações de Canal Rural