Fapcen Leva Inclusão Indígena e Agro Regenerativo à COP30
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A Fundação de Apoio ao Corredor de Exportação Norte (Fapcen) levou à COP30 a defesa do agro brasileiro como agente de produção de alimentos, regeneração ambiental e inclusão social. A posição foi apresentada pela superintendente da entidade, Gisela Introvini, durante a programação do evento climático.
Projetos com comunidades indígenas
Gisela relatou ações conduzidas pela Fapcen em aldeias do Maranhão, desenvolvidas em parceria com a Embrapa Amazônia e Meio-Norte. O trabalho inclui a distribuição de cultivares adaptadas e dias de campo para troca de conhecimentos tradicionais.
- mandioca
- feijão-caupi
- girassol
- gergelim
- capins melhorados
O objetivo, segundo a superintendente, é elevar a produtividade sem alterar costumes locais e fortalecer a autonomia alimentar das comunidades. Ela citou desafios como alcoolismo, evasão escolar, casos de autismo sem assistência e suicídios decorrentes da falta de perspectivas, apontando a capacitação agrícola como caminho para reverter esse quadro.
Avanços tecnológicos no Matopiba
Com 25 anos de atuação no Maranhão, Tocantins e Piauí, Gisela atribui à chegada da soja a modernização regional. Entre as mudanças estão mecanização, rotação de culturas, até três safras anuais e manejo de palhada, práticas que ajudaram a reduzir a temperatura do solo.
Desde 2012, a Fapcen coordena programas de certificação como a RTRS. Hoje, grande parte da soja maranhense e um número crescente de áreas no Piauí já detêm selos internacionais. Entre os projetos sociais vinculados às fazendas certificadas, destaca-se o atendimento a crianças com deficiência em Bertolínia (PI), que alcança mais de 28 mil pessoas.
Destaques da pesquisa brasileira
Nos estandes da Embrapa, a dirigente se disse impressionada com estudos em feijão-caupi, sistemas agroflorestais e propostas de agricultura regenerativa. Para ela, o Brasil demonstra ser capaz de conciliar produção com floresta em pé e eventos como a COP no Pará ajudam a reposicionar a imagem do país.
Imagem: canalrural.com.br
Alerta climático
Gisela citou o cientista Carlos Nobre para lembrar que um aumento global de 2 °C pode inviabilizar áreas extensas de cultivo se o solo não estiver coberto e manejado de forma regenerativa. “Solo descoberto não terá chance. Sem chuvas, não teremos produção”, resumiu.
Agenda na COP30
Durante o encontro em Belém, a Fapcen participa de fóruns sobre certificação, agricultura regenerativa e financiamento sustentável, além de debates com a Universidade Federal do Pará e visitas técnicas, como o maior ensaio demonstrativo de mandioca do estado.
No encerramento de suas atividades, Gisela destacou a relevância da escolha do Pará para sediar a conferência. “Aqui é o começo da Amazônia e o começo da produção de alimentos. Estamos respirando agricultura e floresta juntas”, afirmou.
Com informações de Canal Rural