Governo Conclui 1ª Etapa do Plano Clima; Agro Critica

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) aprovou, na semana passada, a primeira etapa da estratégia de monitoramento do Plano Clima. A medida busca organizar a gestão, a avaliação e a transparência do programa, permitindo que a sociedade acompanhe os resultados das políticas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.

Entidades do agronegócio, contudo, pedem ajustes. A Sociedade Rural Brasileira (SRB) afirma que o modelo atual não contempla adequadamente o setor produtivo e já apresentou críticas em consultas públicas e notas técnicas. “O Plano Clima precisa ser pautado em consenso técnico, clareza metodológica e alinhamento político para proteger a competitividade do agro brasileiro”, declara o presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo.

Segundo a SRB, a proposta transfere ao setor agropecuário a responsabilidade pelas emissões de desmatamento em propriedades rurais, correspondentes a cerca de 70% das emissões ligadas à mudança de uso da terra, alterando a lógica do Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa (INGEE).

O plano em consulta pública pretende reunir ações setoriais para que, até 2035, o país alcance um teto de emissões entre 1,05 gigatonelada e 850 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, conforme a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). A política também orienta financiamentos e monitoramento de resultados, considerando desenvolvimento sustentável, transição energética e segurança alimentar.

Para Rodrigo Lima, sócio-diretor da Agroicone, há avanços, como a divisão da contabilidade das emissões de desmatamento por categorias fundiárias. Ele, porém, nota falta de detalhes sobre custos e fontes de recursos para cumprir metas como desmatamento ilegal zero até 2030 e a restauração de milhões de hectares de florestas. “Sem planejamento detalhado e recursos além do orçamento corrente, a efetividade e a credibilidade internacional do plano ficam comprometidas”, afirma.

Imagem: Suicup via canalrural.com.br

Lima sugere manter a gestão e a contabilidade do desmatamento no setor de uso da terra e fortalecer o pilar de mobilização de recursos financeiros, garantindo que o Plano Clima se consolide como ferramenta central para um desenvolvimento de baixa emissão de carbono.

Com informações de Canal Rural