Prepare-se para uma imersão profunda no universo do agronegócio brasileiro, onde as cifras bilionárias se encontram com a urgência da sustentabilidade e as complexidades do mercado global.
O mês de julho de 2025 marca um momento crucial, com notícias que prodem moldar o futuro do campo e, consequentemente, a sua mesa.
Do megaplano safra que injeta recursos vitais na produção, passando por uma ambiciosa iniciativa para reduzir o uso de agrotóxicos, até o delicado balanço do mercado de leite, cada notícia revela as forças que movem um dos setores mais estratégicos da nossa economia.
Mas, o que realmente está no centro das atenções são os acordos comerciais históricos que o MERCOSUL, sob a liderança brasileira, está costurando com blocos econômicos de alta renda na Europa.
Descubra como essas decisões e tendências impactam diretamente a vida do produtor, a qualidade dos alimentos que você consome e o posicionamento do Brasil no cenário global.
Abrace essa oportunidade de conhecimento e esteja à frente das transformações que já estão redefinindo o nosso agronegócio!
MERCOSUL e o Mundo: Uma Abertura Sem Precedentes
O MERCOSUL, bloco econômico que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (além da Bolívia em processo de adesão), está vivendo um período de intensa atividade diplomática e comercial.

Reunião dos países do MERCOSUL no dia 03 de Julho
Longe de se fechar, o bloco busca ativamente expandir suas fronteiras comerciais, consolidando-se como uma plataforma vital para a inserção de seus membros na economia global.
Essa estratégia de abertura é um movimento audacioso em um cenário mundial de crescente protecionismo e unilateralismo, enviando uma forte sinalização em defesa do comércio internacional como motor de crescimento econômico.
O Acordo MERCOSUL-EFTA: Uma Ponte para Mercados de Alta Renda
O anúncio da conclusão definitiva das negociações para um acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) é uma vitória diplomática e comercial de proporções gigantescas.
A EFTA, composta por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, representa um mercado de altíssimo poder aquisitivo.
Um Mercado Gigante e Estratégico
A parceria estratégica entre o MERCOSUL e a EFTA vai integrar um mercado estimado em cerca de 290 milhões de consumidores, com um Produto Interno Bruto (PIB) combinado superior a US$ 4,3 trilhões.
- Poder Econômico da EFTA: Os países da EFTA estão entre os maiores PIB per capita do mundo. A EFTA, criada em 1960, reúne uma população de 15 milhões de habitantes e possui um Produto Interno Bruto (PIB) somado de US$ 1,4 trilhão. Liechtenstein, por exemplo, é considerado o segundo país mais rico do mundo, com uma renda média anual de US$ 186 mil por pessoa. A Suíça é o quarto mais rico (US$ 104,5 mil per capita), e Islândia e Noruega também figuram nas primeiras posições. Essa riqueza se traduz em um mercado consumidor altamente qualificado e com grande poder de compra.
- Investimentos e Parcerias: A relevância econômica da EFTA para o Brasil vai além do comércio. A Suíça é o 11º maior investidor estrangeiro direto no Brasil, com um estoque de investimentos de US$ 30,5 bilhões. A Noruega, por sua vez, é o principal doador do Fundo Amazônia, com contribuições próximas a R$ 3,4 bilhões, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade brasileira.
- Mercado de Serviços Robusto: O mercado de serviços da EFTA é um dos maiores do mundo. Em 2024, o bloco importou US$ 284 bilhões em serviços (o 9º maior importador mundial, à frente de Índia, Japão e Coreia do Sul) e exportou US$ 245 bilhões em serviços (também o 9º maior exportador global). Isso abre novas avenidas para o setor de serviços brasileiro.
Acesso Preferencial para o Agro Brasileiro
O acordo com a EFTA é uma porta de entrada privilegiada para o agronegócio brasileiro em mercados europeus exigentes e de alto valor.
- Quase 99% de Acesso Livre: O acordo garante acesso livre para quase 99% do valor exportado dos produtos brasileiros nos setores agrícola e industrial aos mercados da EFTA. Isso significa que a maioria dos nossos produtos poderá entrar nesses países sem a barreira das tarifas de importação.
- Oportunidades para Produtos Chave: O acesso livre inclui novas e significativas oportunidades para produtos agrícolas como:
- Carnes bovina, de aves e suína.
- Milho e farelo de soja.
- Melaço de cana e mel.
- Café torrado.
- Álcool etílico.
- Diversas frutas e sucos.

Aumento na exportação com o acordo com a EFTA
A EFTA eliminará 100% das tarifas de importação dos setores industrial e pesqueiro na entrada em vigor do acordo, o que impulsionará a diversificação e expansão das relações comerciais entre as duas regiões.
É uma vitória para a competitividade dos nossos produtos.
Sinalização Global Contra o Protecionismo
Em meio a um cenário mundial de protecionismo e unilateralismo, o acordo MERCOSUL-EFTA surge como uma forte sinalização em defesa do comércio internacional como motor de crescimento econômico.
- Mensagem Clara: A conclusão deste acordo, anunciada durante a 66ª Cúpula do MERCOSUL em Buenos Aires, envia uma mensagem inequívoca de que o diálogo e a cooperação são o caminho para estimular a economia global, gerando emprego e renda.
- Liderança Brasileira: Sob a liderança do presidente Lula, o Brasil buscou um acordo moderno e equilibrado, capaz de abrir novas oportunidades para empresas e cidadãos brasileiros, além de fortalecer a inserção do MERCOSUL na economia global. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, celebrou: “Foram 8 anos de trabalho duro, mas o resultado mostra que o diálogo é o caminho para estimularmos nossa economia, gerando emprego e renda”.
Complementaridade com a União Europeia: A Europa ao Alcance do MERCOSUL
A conclusão do acordo com a EFTA ganha ainda mais relevância quando vista em conjunto com o acordo já negociado entre o MERCOSUL e a União Europeia (UE).
Essa combinação é a chave mestra para o acesso preferencial a quase toda a Europa.
O Sonho da Quase Totalidade da Europa
Combinado ao acordo com a União Europeia, o MERCOSUL terá acesso preferencial à quase totalidade dos mercados europeus.
Isso significa que a vasta e rica Europa se torna um destino muito mais acessível para os produtos do bloco.
- Ampliando o Alcance Comercial: Essa sinergia entre os acordos com a UE e a EFTA amplia significativamente o alcance comercial do MERCOSUL, posicionando-o como um fornecedor estratégico de alimentos e produtos industriais para um dos maiores e mais exigentes mercados do mundo.
Desafios e Oportunidades na Negociação com a UE
Embora o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia tenha sido concluído em 2019 e passado à fase de revisão, essa etapa só foi finalizada em 2024, durante a cúpula do bloco no Uruguai.
Sua implementação ainda enfrenta desafios, especialmente em setores sensíveis e na etapa de ratificação.
O presidente Lula, em seu discurso na Cúpula do MERCOSUL, destacou a importância de superar essas barreiras.
- Etapas Pendentes de Ratificação: Na parte europeia, ainda falta a ratificação no Conselho Europeu e no Parlamento Europeu. Enquanto países como a Espanha se dizem favoráveis ao acordo, há também quem se coloque de forma contrária, a exemplo da França. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, expressou a expectativa de que o acordo UE-Mercosul seja finalizado até dezembro de 2025.
- Lula e o Diálogo com Macron: Como o Brasil assume a presidência do Mercosul, o presidente Lula tem dito que pretende convencer o presidente francês Emmanuel Macron a aceitar o acordo para que, enfim, o acordo comercial possa entrar em vigor.
- Preocupações Ambientais de Macron: Macron, por sua vez, afirma entender que as regras ambientais exigidas dos produtores europeus são mais rígidas que as exigidas dos sul-americanos, o que tornaria o acordo desigual. Diante disso, Lula tem defendido que o negociador francês apresente alguma proposta a ser discutida, buscando um diálogo construtivo para superar os impasses.
- Inclusão de Setores Estratégicos: Lula defendeu a inclusão dos setores automotivo e açucareiro na união aduaneira do MERCOSUL. Adiar essa tarefa, segundo ele, significa sacrificar o potencial estratégico do bloco na produção de veículos elétricos e biocombustíveis.
- O Setor Açucareiro Brasileiro: O Brasil é responsável por mais de 90% da produção açucareira do MERCOSUL, enquanto Argentina, Paraguai e Bolívia têm produção menor, voltada principalmente ao consumo interno. Nesse contexto, o Brasil propõe a inclusão de produtos de maior valor agregado nas cadeias regionais, como bolachas e bolos, para ampliar o comércio intra-bloco sem prejudicar a produção local dos demais países. Essa é uma estratégia inteligente para agregar valor e diversificar as exportações.
- Transferência de Tecnologia e Geração de Emprego: É fundamental garantir que as etapas de beneficiamento ocorram nos territórios do MERCOSUL, com transferência de tecnologia e geração de emprego e renda. Isso assegura que o comércio não seja apenas de commodities, mas de produtos com valor agregado, fortalecendo as economias locais.

Aumento das oportunidades de negócios e geração de renda
A superação dos desafios com a União Europeia e a plena integração dos setores estratégicos são cruciais para que o MERCOSUL possa colher todos os frutos dessa parceria monumental.
Acelerando a Agenda Comercial Extrarregional
A conclusão do acordo com a EFTA reforça o ritmo acelerado do MERCOSUL em ampliar seus acordos comerciais extrarregionais, demonstrando uma nova dinâmica e um compromisso firme com a integração global.
Uma Sequência de Conquistas
Os últimos anos têm sido marcados por uma série de conquistas significativas na agenda comercial do MERCOSUL:
- 2023: Assinatura do Acordo MERCOSUL-Singapura.
- 2024: Conclusão da fase de revisão das negociações com a União Europeia.
- 2025: Conclusão definitiva das negociações com a EFTA, que haviam sido concluídas em 2019, mas tinham pendências técnicas.
Essa sequência de acordos é um testemunho da proatividade do bloco e de sua busca por novas oportunidades em mercados estratégicos.
Impacto nas Exportações Brasileiras
A expansão da rede de acordos comerciais do MERCOSUL tem um impacto direto e altamente positivo nas exportações brasileiras.
- Aumento Exponencial: A corrente de comércio brasileira coberta por acordos de livre comércio aumentará em 2,5 vezes, passando de US$ 73,1 bilhões para US$ 184,5 bilhões, considerando os acordos do MERCOSUL com EFTA, Singapura e União Europeia. Esse é um salto impressionante que abre novas perspectivas para os nossos produtores e exportadores.
- Comércio Brasil-EFTA em Números: Em 2024, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões e importou US$ 4,1 bilhões em bens da EFTA. O comércio entre o bloco e os países da EFTA gira em torno de US$ 7 bilhões anuais. O novo acordo deve impulsionar a diversificação e expansão das relações comerciais entre as duas regiões, buscando um equilíbrio na balança comercial. A estimativa é que o acordo com a EFTA represente um incremento de US$ 5,2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 15 anos.
Esses números demonstram que o MERCOSUL é uma plataforma central e eficaz na inserção global das economias do bloco, capaz de alcançar resultados expressivos quando seus membros trabalham em conjunto.
Sustentabilidade no Centro dos Acordos: Uma Nova Era para o Comércio
A sustentabilidade deixou de ser um tema secundário para se tornar um pilar fundamental nas negociações comerciais internacionais.
O acordo MERCOSUL-EFTA é um exemplo pioneiro dessa nova abordagem, integrando cláusulas ambientais e sociais que redefinem o conceito de livre comércio.
Cláusulas Verdes: Energia Limpa e Produção Responsável
Pela primeira vez em um acordo comercial negociado pelo Brasil, há obrigações claras sobre a utilização de matriz elétrica limpa na prestação de serviços.
Essa é uma inovação notável que alinha o comércio com os objetivos climáticos globais.
Consequências do Acordo no “Powershoring”
O conceito de “powershoring” pode se beneficiar por consequência do acordo MERCOSUL-EFTA, veja o porquê.
- Exigência de Matriz Elétrica Limpa: Prestadores internacionais de serviços digitais, por exemplo, só se beneficiarão do acordo se a matriz elétrica de seu país utilizar ao menos 67% de energia limpa. Isso incentiva a transição para fontes de energia renováveis e promove a descarbonização da economia global.
- Impacto Global: Essa cláusula pode servir de modelo para futuros acordos comerciais, impulsionando a adoção de energias limpas em escala global e reforçando a responsabilidade ambiental no comércio de serviços.

Possíveis benefícios do acordo para o Powershoring
Compromisso com Acordos Climáticos
O acordo reafirma compromissos com o Acordo de Paris e a Convenção sobre Diversidade Biológica, além de promover práticas produtivas responsáveis e agricultura sustentável.
- Alinhamento com Metas Globais: A inclusão dessas cláusulas demonstra o alinhamento do MERCOSUL com as metas globais de combate às mudanças climáticas e conservação da biodiversidade.
- Incentivo à Produção Responsável: O acordo incentiva a adoção de práticas agrícolas e industriais que minimizem o impacto ambiental, promovendo a produção responsável e a sustentabilidade em toda a cadeia de valor.
Preservação de Políticas Públicas e Interesses Nacionais
Um dos grandes desafios em acordos de livre comércio é equilibrar a abertura de mercados com a preservação de políticas públicas e interesses nacionais estratégicos.
O Brasil garantiu esse equilíbrio no acordo com a EFTA.
Protegendo a Saúde e a Inovação
O Brasil assegurou a preservação de espaço para políticas públicas em áreas estratégicas, como saúde, ciência, tecnologia e investimentos sustentáveis.
- Compras Governamentais: No capítulo de compras governamentais, foram excluídas as compras relacionadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e preservada a flexibilidade para uso de offsets tecnológicos e comerciais, bem como a aplicação de margens de preferência para bens e serviços manufaturados no país. Isso protege a indústria nacional e garante a autonomia em setores essenciais.
- Propriedade Intelectual: Em propriedade intelectual, o acordo não altera as normas sobre patentes acordadas na Organização Mundial do Comércio (OMC), nem a legislação brasileira sobre o tema. Isso é essencial para políticas de saúde, garantindo o acesso a medicamentos e tecnologias.
Fortalecendo a “Marca Brasil”
O acordo também traz benefícios diretos para a valorização dos produtos brasileiros no mercado internacional.
- Proteção de Indicações Geográficas (IGs): O acordo garantirá a proteção de 63 indicações geográficas brasileiras nos países da EFTA, fortalecendo a “marca Brasil” e possibilitando uma tramitação mais ágil para o reconhecimento de novas indicações. Isso protege a autenticidade e a qualidade de produtos regionais, como queijos, vinhos e cafés especiais.
Essa abordagem equilibrada demonstra que é possível buscar a abertura comercial sem abrir mão da soberania e dos interesses estratégicos do país.
O Agronegócio Brasileiro na Vanguarda da Exportação
Com a expansão dos acordos comerciais, o agronegócio brasileiro se posiciona cada vez mais na vanguarda da exportação, com acesso facilitado a mercados exigentes e a oportunidade de agregar valor aos seus produtos.

Expansão da exportação de produtos do agronegócio brasileiro
Setor Açucareiro: Agregando Valor e Expandindo Horizontes
O setor açucareiro brasileiro, um dos maiores e mais eficientes do mundo, tem um papel crucial na agenda de exportação do MERCOSUL.
A Liderança Brasileira e o Potencial de Diversificação
O Brasil é responsável por mais de 90% da produção açucareira do MERCOSUL, o que lhe confere uma posição de liderança inquestionável.
No entanto, a produção dos demais países do bloco (Argentina, Paraguai e Bolívia) é menor e voltada principalmente ao consumo interno.
- Desafio da União Aduaneira: A inclusão do setor açucareiro na união aduaneira do MERCOSUL é um desafio, mas também uma oportunidade estratégica. O presidente Lula defende essa inclusão para explorar o potencial do bloco na produção de biocombustíveis, onde o Brasil é um líder global.
A Proposta de Produtos de Maior Valor Agregado
Para ampliar o comércio intra-bloco sem prejudicar a produção local dos demais países, o Brasil propõe a inclusão de produtos de maior valor agregado nas cadeias regionais.
- Exemplos de Produtos: Isso inclui a exportação de bolachas, bolos e outros produtos que utilizam o açúcar como matéria-prima, mas que já passaram por um processo de industrialização. Essa estratégia permite ao Brasil diversificar suas exportações e agregar valor à sua produção, enquanto os parceiros do MERCOSUL se beneficiam de produtos finais.
Essa abordagem inteligente demonstra como o Brasil busca não apenas exportar commodities, mas também produtos com maior valor agregado, fortalecendo a cadeia produtiva e gerando mais riqueza.
Carnes, Grãos e Frutas: Acesso Facilitado a Mercados Exigentes
O acordo com a EFTA abre um leque de oportunidades para diversos produtos do agronegócio brasileiro, que agora terão acesso facilitado a mercados de alta renda e exigentes em qualidade.
Oportunidades para Produtos Chave
- Carnes: Carnes bovina, de aves e suína, produtos onde o Brasil já é um gigante exportador, terão acesso preferencial, consolidando nossa posição como um dos maiores fornecedores de proteína animal do mundo.
- Grãos e Derivados: Milho e farelo de soja, essenciais para a alimentação animal e a indústria, também se beneficiarão da redução de tarifas.
- Produtos de Valor Agregado: Melaço de cana, mel, café torrado, álcool etílico e diversas frutas e sucos terão novas oportunidades, permitindo ao Brasil diversificar sua pauta exportadora e explorar nichos de mercado.
A Qualidade Brasileira Reconhecida Globalmente
O acesso a mercados como os da EFTA e da União Europeia é um reconhecimento da qualidade e da segurança dos produtos brasileiros.
A conformidade com padrões sanitários e fitossanitários rigorosos é fundamental para o sucesso nessas regiões.
- Reforço da Marca Brasil: A proteção de indicações geográficas brasileiras nos países da EFTA, como mencionado anteriormente, fortalecerá ainda mais a “marca Brasil”, conferindo um selo de autenticidade e qualidade aos nossos produtos.

Reforço da “Marca Brasil” com a proteção de indicadores geográficos
O agronegócio brasileiro está pronto para aproveitar essas novas oportunidades, mostrando ao mundo sua capacidade de produzir alimentos de forma eficiente, sustentável e com alta qualidade.
O Impacto Econômico e os Próximos Passos
Os acordos comerciais, como o MERCOSUL-EFTA, não são apenas sobre acesso a mercados.
Eles têm um impacto profundo na economia dos países envolvidos, gerando crescimento, investimento e benefícios para os consumidores.
Estimativas de Crescimento e Benefícios para o Brasil
As projeções indicam que o acordo com a EFTA trará um impacto positivo significativo para a economia brasileira.
Impacto no PIB, Investimento e Preços ao Consumidor
- Crescimento do PIB: Estimativas indicam um impacto positivo de R$ 2,69 bilhões sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esse crescimento, embora possa parecer modesto em um primeiro momento, é um impulso importante para a economia.
- Aumento do Investimento: Prevê-se um aumento de R$ 660 milhões no investimento para o ano de 2044, o que demonstra a confiança do mercado e a atração de capital para o Brasil.
- Redução nos Níveis de Preços ao Consumidor: A abertura comercial e a redução de tarifas podem levar a uma diminuição nos preços de produtos importados, beneficiando diretamente o consumidor final.
- Aumento nos Salários Reais: O crescimento econômico e a geração de empregos, impulsionados pelo aumento das exportações, podem resultar em um aumento nos salários reais dos trabalhadores.
Saldo Positivo na Balança Comercial
O acordo com a EFTA também deve gerar um saldo positivo para o Brasil na balança comercial.
- Exportações e Importações: Estima-se um impacto de R$ 2,57 bilhões sobre as importações totais e de R$ 3,34 bilhões sobre as exportações totais, resultando em um saldo estimado de R$ 770 milhões para o Brasil a partir do acordo com a EFTA.
Essas projeções reforçam a importância estratégica dos acordos de livre comércio como ferramentas para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.
O Caminho para a Ratificação e a Entrada em Vigor
A conclusão das negociações é um passo fundamental, mas o acordo ainda precisa passar por etapas importantes antes de entrar em vigor e gerar seus benefícios.

Etapas finais para a ratificação do acordo
Revisão Legal e Assinatura em 2025
- Textos Finais: Os textos finais do acordo estão na fase de revisão legal, um processo minucioso para garantir a conformidade jurídica.
- Expectativa de Assinatura: A expectativa é que o MERCOSUL e a EFTA assinem o tratado ainda em 2025. A divulgação oficial do conteúdo deve ocorrer em agosto do próximo ano, trazendo todos os detalhes para o conhecimento público.
A Importância da Ratificação Interna
Após a assinatura, o acordo será traduzido e encaminhado para os respectivos processos internos de aprovação e ratificação em cada um dos países envolvidos (MERCOSUL e EFTA).
- Processo Legislativo: Em muitos países, isso envolve a aprovação pelos parlamentos e outras instâncias legislativas.
- Entrada em Vigor Bilateral: A entrada em vigor poderá ocorrer de forma bilateral, bastando que ao menos um país de cada bloco conclua seus trâmites internos. Isso permite que os benefícios do acordo comecem a ser colhidos mais rapidamente, mesmo que a ratificação total demore um pouco mais.
A jornada de um acordo comercial é longa e complexa, mas a sua conclusão é um marco de esperança para o futuro do comércio global.
O Papel do Brasil na Liderança do MERCOSUL
O Brasil, ao assumir a presidência pro tempore do MERCOSUL, desempenha um papel crucial na condução da agenda do bloco e na busca por uma maior integração e projeção internacional.
Lula e a Visão Estratégica para o Bloco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua participação na 66ª Cúpula do MERCOSUL em Buenos Aires, delineou as prioridades e a visão estratégica do Brasil para o bloco.
Fortalecimento Interno e Externo
- Evolução do MERCOSUL: Lula destacou a evolução do MERCOSUL e a importância de fortalecer o bloco tanto internamente, aprofundando a união aduaneira, quanto externamente, buscando novas parcerias comerciais.
- Plataforma para Políticas Nacionais: O MERCOSUL ampliado é visto como a melhor plataforma para aproximar e coordenar políticas nacionais entre os países membros, promovendo a convergência e o desenvolvimento regional.
Transferência de Tecnologia e Geração de Renda
Um dos pontos centrais da visão brasileira é garantir que a expansão comercial se traduza em benefícios concretos para a população.
- Beneficiamento em Nossos Territórios: É fundamental garantir que as etapas de beneficiamento e industrialização dos produtos ocorram nos territórios do MERCOSUL. Isso significa não apenas exportar matérias-primas, mas também produtos com valor agregado.
- Transferência de Tecnologia: A busca por acordos que incluam a transferência de tecnologia é crucial para modernizar as cadeias produtivas e aumentar a competitividade.
- Geração de Emprego e Renda: O objetivo final é a geração de mais emprego e renda para os cidadãos do MERCOSUL, garantindo que o crescimento econômico seja inclusivo e sustentável.

Objetivo de geração de mais emprego e renda para os cidadãos do MERCOSUL
A liderança brasileira no MERCOSUL demonstra um compromisso com a construção de um bloco mais forte, mais integrado e mais relevante no cenário global, com foco no desenvolvimento e na prosperidade de seus povos.
Conclusão: O Agro em Constante Movimento – Sua Fonte de Conhecimento no Tudo Sobre Roça
Chegamos ao fim de nossa jornada por este panorama abrangente do agronegócio brasileiro e dos acordos comerciais que estão redefinindo seu futuro.
Vimos que o campo é um universo vibrante, complexo e em constante transformação, onde a diplomacia comercial, a sustentabilidade e a busca por valor agregado são as forças motrizes que impulsionam a produtividade e a competitividade.
O acordo MERCOSUL-EFTA é um marco histórico, abrindo as portas para mercados de alta renda na Europa e reforçando a estratégia de abertura comercial do bloco.
A complementaridade com o acordo da União Europeia promete um acesso preferencial a quase todo o continente europeu, uma oportunidade sem precedentes para o agronegócio brasileiro.
A inclusão de cláusulas de sustentabilidade, como o “powershoring”, e a proteção de políticas públicas e indicações geográficas, demonstram que é possível conciliar o comércio com a responsabilidade ambiental e os interesses nacionais.
O setor açucareiro, com sua proposta de produtos de maior valor agregado, é um exemplo de como o Brasil busca inovar e diversificar suas exportações.
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Perguntas Frequentes:
O que é o acordo MERCOSUL-EFTA?
É um acordo de livre comércio entre os países do MERCOSUL e os países da EFTA (Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein), que visa ampliar o acesso a mercados de alta renda na Europa.
Quais benefícios esse acordo traz para o agronegócio brasileiro?
Quase 99% dos produtos agrícolas brasileiros terão acesso livre de tarifas aos países da EFTA, incluindo carnes, grãos, frutas, mel, melaço, café torrado e álcool etílico.
O acordo já está em vigor?
Ainda não. O texto está em revisão legal e deverá ser assinado até o fim de 2025. Depois, seguirá para ratificação nos parlamentos dos países envolvidos.
Quais países fazem parte da EFTA?
Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein — todos com alto poder de compra e elevado PIB per capita.
Como o acordo impacta a economia brasileira?
A expectativa é de um crescimento de R$ 2,69 bilhões no PIB, aumento de R$ 660 milhões em investimentos e saldo positivo na balança comercial de R$ 770 milhões.
E quanto ao acordo com a União Europeia?
O acordo MERCOSUL-UE foi finalizado em 2019 e está em fase de ratificação. Combinado com o acordo EFTA, o Brasil terá acesso preferencial à quase totalidade dos mercados europeus.
Existe resistência ao acordo na Europa?
Sim. Países como França têm preocupações ambientais e buscam regras mais equilibradas. O presidente Lula tem liderado o diálogo para superar esses impasses.
O que significa 'powershoring' no contexto do acordo?
É uma exigência de que serviços digitais só recebam benefícios do acordo se forem alimentados por matriz elétrica com ao menos 67% de energia limpa, incentivando o uso de fontes renováveis.
Esse acordo fere a soberania brasileira?
Não. O Brasil garantiu a preservação de políticas públicas essenciais, como saúde e inovação, além de proteger compras públicas e legislações estratégicas.
Haverá impactos nos preços para o consumidor final?
Sim. Com menos tarifas de importação, espera-se uma redução nos preços de produtos importados, beneficiando diretamente o consumidor brasileiro.
Que papel o Brasil teve nas negociações?
O Brasil liderou as negociações como país-chave do MERCOSUL. A assinatura do acordo é vista como uma vitória diplomática e econômica.
Quais produtos brasileiros devem ganhar mais destaque?
Além das carnes, soja, milho e frutas, haverá mais visibilidade para produtos com Indicação Geográfica (como queijos, vinhos e cafés especiais).
Esse acordo ajuda na geração de empregos?
Sim. A ampliação das exportações e o foco em valor agregado prometem impulsionar a industrialização, gerando empregos e renda no Brasil.
O setor açucareiro será favorecido?
Muito. O Brasil defende a inclusão do açúcar e derivados industrializados, como bolachas e bolos, para ampliar o comércio e agregar valor ao setor.
Qual a importância do Tudo Sobre Roça nesse cenário?
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