IA da Labby detecta mastite e mira corte de perdas no leite

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Uma ferramenta criada pela agtech norte-americana Labby pretende reduzir as perdas anuais de US$ 32 bilhões provocadas pela mastite em fazendas leiteiras. O sistema, batizado de MilKey, analisa amostras de leite em tempo real por meio de um algoritmo de inteligência artificial capaz de identificar o aumento de células somáticas — sinal precoce da infecção — antes que a vaca apresente sintomas.

Como funciona o MilKey

  • O equipamento portátil, semelhante a um videogame de mão, utiliza tecnologia de imagem avançada para medir gordura, proteína e contagem de células de defesa.
  • Os dados são enviados a um aplicativo que alerta o produtor imediatamente, permitindo a separação da vaca infectada e evitando o descarte de grandes volumes de leite.
  • Cada caso de mastite pode custar até US$ 500 por animal; a doença atinge de 2% a 5% do rebanho em um único mês.

Startup surgiu no MIT

Fundada em 2017 por Julia Somerdin — engenheira elétrica nascida na China e integrante da lista Forbes 50 Over 50 de 2025 —, a Labby foi concebida no Massachusetts Institute of Technology. Somerdin uniu-se ao físico Anshuman Das e ao engenheiro Akshat Wahi, que desenvolviam uma tecnologia móvel de testes de fluidos.

A empresa, hoje instalada em Rochester, no estado de Nova York, combina venda de hardware com assinatura diária por vaca para coleta e análise de dados. O preço varia conforme o número de animais monitorados e o tipo de ordenhadeira.

Financiamento e trajetória

  • Dois aportes do programa norte-americano SBIR somaram mais de US$ 1,25 milhão.
  • Em 2020, entrou no Techstars Lisbon Accelerator e no programa de inovação da Dairy Farmers of America.
  • Em 2022, venceu US$ 250 mil no concurso Grow-NY, recurso que ajudou a ampliar a equipe para oito pessoas.

Testes em universidades e fazendas

O sistema vem sendo validado no Cornell Agriculture Systems Testbed and Demonstration Site (CAST). Segundo o professor Julio Giordano, a principal vantagem é a compatibilidade com qualquer equipamento de ordenha e a possibilidade de integrar outros fluxos de dados, como informações ambientais.

Em maio deste ano, a primeira instalação comercial entrou em operação no SmartHolstein Lab, em Bowling Green (Kentucky). Para Jeffrey Bewley, diretor de genética e inovação da Holstein Association USA, a ausência de partes móveis e o monitoramento contínuo tornam o dispositivo adequado para rebanhos que passam até 22 horas por dia na ordenha.

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Imagem: forbes.com.br

Somerdin afirma que, ao indicar rapidamente quais animais precisam de atenção, o MilKey ajuda produtores a otimizar recursos, garante o bem-estar dos animais e contribui para a sustentabilidade financeira das propriedades.

Com informações de Forbes Brasil

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