Ilha do Combu Destaca Bioeconomia na COP30
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A 1,5 quilômetro de Belém, a Ilha do Combu transformou-se em vitrine de produção sustentável durante os debates preparatórios para a COP30. O território ribeirinho ganhou visibilidade pelo modelo de cacau agroflorestal que alia preservação da floresta e geração de renda.
Reconhecida como patrimônio cultural e imaterial do Pará, a ilha é a quarta maior entre as 39 que compõem a região insular da capital. A movimentação de lanchas no rio Guamá cresce com o ecoturismo, incentivado pela procura por experiências de bioeconomia.
Embora o açaí continue dominante, o cacau ganhou espaço graças ao projeto liderado pela empreendedora conhecida como Dona Nena. Em 2006, ela decidiu profissionalizar a produção familiar e, desde então, ampliou o portfólio com outras espécies da floresta, além de firmar parcerias com produtores de Belém e de municípios do interior.
Atualmente, a iniciativa inclui uma loja de chocolate, um armazém e uma rede colaborativa que reúne mel de Salinas, itens orgânicos da Fazenda Bacuri e produtos de agroindústrias locais que buscavam maior mercado.
O clima, porém, impactou a safra recente. A fábrica artesanal da ilha processou 1,5 tonelada de chocolate refinado em 2023, volume inferior ao do ano anterior. De acordo com a agente de viagens Juliana Cruz, um mês inteiro sem chuva durante a estiagem prolongada provocou queda dos frutos, comprometendo parte das amêndoas.
Imagem: canalrural.com.br
Mesmo com as adversidades, Dona Nena reforça a importância da “vida cabocla”, expressão usada para descrever a integração entre floresta, cultura e comunidade. Segundo ela, a COP30 representa oportunidade para que as 2,5 mil famílias do Combu apresentem suas produções e reivindiquem políticas públicas que garantam permanência no território e fonte de renda.
Com informações de Canal Rural