Isenção Argentina Reacende Disputa Por Mercado Chinês de Soja

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A suspensão temporária da tarifa de exportação sobre grãos e carnes pela Argentina movimentou o comércio global de soja e estimulou a compra de volume expressivo do produto pelo maior importador mundial, a China.

De acordo com operadores consultados pela agência Bloomberg, empresas chinesas fecharam ao menos 10 embarques, cada um com 65 mil toneladas, logo após o anúncio do governo argentino. Os carregamentos foram negociados para novembro com prêmios entre US$ 2,15 e US$ 2,30 por bushel sobre o contrato novembro da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). Há relatos de que até 15 navios possam ter sido contratados.

Taxa de 26% zerada até outubro

A medida argentina elimina, até 31 de outubro ou até o volume exportado alcançar US$ 7 bilhões, a alíquota de 26% que incide sobre as vendas externas. O corte tributário aumenta a competitividade do país frente a Brasil e Estados Unidos justamente no período em que, tradicionalmente, os EUA concentram os embarques para a China.

No mercado interno chinês, contratos de farelo e óleo de soja negociados na Bolsa de Dalian caíram 3,5% na terça-feira (23), reflexo da perspectiva de oferta adicional da Argentina.

Pressão sobre EUA e vantagem sul-americana

Entre janeiro e agosto de 2025, o Brasil manteve a liderança nas exportações de soja para a China, apesar da desaceleração nos embarques. Os Estados Unidos, por sua vez, perderam espaço em razão da guerra comercial e da preferência chinesa por soja de menor preço; até o momento, Washington não vendeu nenhum volume da safra nova para Pequim.

Analistas observam que o efeito do incentivo argentino pode ser limitado pela curta duração da isenção e pela oferta restrita do país vizinho. Ainda assim, a China aproveitou para reforçar estoques, que já vinham em níveis recordes entre maio e agosto.

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Imagem: canalrural.com.br

Para Wan Chengzhi, da Capital Jingdu Futures, o ritmo das compras chinesas no fim de 2025 e início de 2026 dependerá tanto do volume efetivamente embarcado pela Argentina quanto do avanço das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

Com isso, Brasil, Argentina e EUA intensificam a disputa por um mercado que permanece estratégico e bilionário para as três potências agrícolas.

Com informações de Canal Rural

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