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Juros Altos Reduzem Demanda por Crédito Rural

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A manutenção da Selic em 15% ao ano, projetada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, tem desestimulado a busca por financiamentos no campo, mesmo com as condições subsidiadas do Plano Safra 2025/26.

De acordo com Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, a contratação de crédito está inferior à verificada em 2024. Para ele, a taxa básica elevada encarece as linhas e afasta produtores.

Linhas encarecidas e procura desigual

  • Moderfrota: 13,5% ao ano; menor procura por ser considerada onerosa;
  • Pronamp: 12,5% ao ano; demanda intermediária;
  • Pronaf: 5,5% ao ano; permanece como opção mais utilizada.

Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que, entre julho e agosto de 2025, as operações de custeio e investimento somaram R$ 86,4 bilhões, queda de 31% ante os R$ 124,7 bilhões liberados no mesmo período de 2024.

Burocracia e custos adicionais

Para Fabrício Rosa, diretor-executivo da Aprosoja Brasil, exigências impostas pelos bancos — como contratação de seguros de vida, familiar ou patrimonial — encarecem os empréstimos. “O custo de captação está extremamente alto, mesmo em instituições públicas”, afirma. Ele acrescenta que a falta de ajuste fiscal limita soluções permanentes.

Medidas emergenciais e propostas do setor

A Medida Provisória 1.316/25 liberou R$ 12 bilhões para atender produtores afetados por eventos climáticos, mas o montante é considerado insuficiente. Entidades sugerem redirecionar cerca de R$ 10 bilhões do Fundo Social do pré-sal para ampliar o alcance das renegociações de dívidas. “Produtor não consegue refinanciar a 18% ou 20% ao ano”, reforça Rosa.

Juros Altos Reduzem Demanda por Crédito Rural - Imagem do artigo original

Imagem: Marcello Casal Jr. via canalrural.com.br

Perspectivas

Segundo Estevão, a manutenção das linhas do Plano Safra até junho de 2026 garante alguma previsibilidade, mas a contratação deve seguir em ritmo lento. “Com juros altos e o impacto do tarifaço dos Estados Unidos, o crescimento de 2025 ficará abaixo do previsto”, projeta.

Com informações de Canal Rural

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