La Niña fraca pode adiantar plantio da soja em 2025/26
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Um La Niña de baixa intensidade deve se estabelecer a partir de novembro e favorecer o plantio antecipado da soja na safra 2025/26, segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, sócio-fundador da Rural Clima. A avaliação foi feita durante participação no podcast Prosa Agro, do Itaú BBA.
De acordo com Santos, os modelos climáticos indicam que o pico do fenômeno ocorrerá em novembro, um mês antes do registrado na temporada passada. Na safra 2024/25, o ápice entre dezembro e janeiro prolongou a estiagem de verão e contribuiu para nova quebra de produção no Rio Grande do Sul.
Impactos no calendário agrícola
A perspectiva é de estiagem concentrada no fim da primavera, abrangendo o final de novembro, dezembro e início de janeiro, sem se estender pelo verão. Para o Rio Grande do Sul, isso pode significar:
- Trigo: colheita prevista para novembro em condições mais secas, o que melhora a qualidade do cereal;
- Soja: semeadura em solo com menor umidade e retomada das chuvas a partir da segunda quinzena de janeiro, período crucial para evitar déficit hídrico.
No restante do país, a previsão aponta chuvas regulares já em setembro, ante a segunda quinzena de outubro no ano passado. Com isso, o plantio da próxima safra de soja deve começar mais cedo, permitindo oferta de grãos novos ainda em dezembro e, principalmente, em janeiro de 2026.
Estimativas de produção
Nas regiões de Cerrado, a tendência é de maior volume de precipitação, o que pode elevar a produtividade. Santos projeta produção entre 170 e 180 milhões de toneladas de soja, número que considera “fácil” de ser alcançado, mesmo com eventuais quebras em São Paulo e no norte do Paraná. Um volume de 180 milhões de toneladas, embora desafiador, não é descartado pelo especialista.
Riscos e culturas perenes
Apesar do otimismo, o Sul do país pode enfrentar o quinto ano consecutivo de adversidades, com risco de estiagens, geadas e ondas de frio que ameaçam lavouras de milho plantadas muito cedo.
Imagem: Carina Gomes via canalrural.com.br
Para as culturas permanentes, a projeção é positiva:
- Café: chuvas regulares devem favorecer a recuperação após seis meses de estiagem, embora exista risco de floradas múltiplas que afetam a qualidade;
- Cana-de-açúcar: expectativa de aumento de produtividade em 2026, mas excesso de chuva pode reduzir os dias de moagem;
- Laranja: boas perspectivas com floradas beneficiadas pela umidade.
Santos resumiu o cenário como “otimista”, com ressalvas para o Sul do país, que permanece em alerta para condições climáticas adversas.
Com informações de Canal Rural