La Niña e Impasse nos EUA Elevam Cautela no Mercado de Soja

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O mercado brasileiro de soja concluiu a segunda semana de outubro em compasso de espera, influenciado pela paralisação parcial do governo norte-americano e pela confirmação do fenômeno La Niña. A combinação desses fatores mantém a volatilidade nos preços e impõe desafios adicionais aos produtores.

Quadro externo

Nos Estados Unidos, a falta de acordo político mantém órgãos federais sem funcionamento completo há mais de uma semana. Com isso, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) não divulga relatórios de inspeção de exportações nem o acompanhamento da safra, ampliando a incerteza nos contratos futuros em Chicago.

Na sexta-feira (10), o presidente Donald Trump anunciou tarifa de 100% sobre importações chinesas, em resposta a novas exigências de Pequim para exportação de terras raras. A medida reforçou as tensões comerciais e pressionou as cotações da oleaginosa.

Contratos em Chicago

  • Agosto/2025: US$ 9,67 por bushel (+0,52%)
  • Março/2026: US$ 10,22 por bushel (-0,10%)

Condições no Brasil

No Centro-Oeste, o tempo seco atrasou as operações de plantio. Produtores que semearam com as primeiras chuvas enfrentam falhas de germinação e replantio, principalmente em Mato Grosso e Goiás.

Mesmo com recuo de 1,98% do dólar, cotado a R$ 5,44, os preços físicos permaneceram firmes graças aos prêmios sustentados pela demanda chinesa.

La Niña confirmado

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) declarou ativo o La Niña desde setembro, com previsão de continuidade até o início de 2026. Embora classificado como fraco, o evento deve alterar o regime de chuvas na América do Sul, sobretudo entre outubro e dezembro, período crítico para a implantação da safra 2025/26.

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Imagem: canalrural.com.br

Câmbio e economia interna

O dólar voltou a subir no encerramento da semana após sequência de quedas. Entre os fatores domésticos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a redução do compulsório da poupança, liberando cerca de R$ 37 bilhões para obras de infraestrutura e construção civil. A entrada desse recurso pode aumentar a pressão inflacionária e a volatilidade cambial a curto prazo.

A combinação de real mais fraco e necessidade de recomposição dos estoques chineses até dezembro tende a manter os prêmios portuários em patamar elevado, reforçando a competitividade da soja brasileira no mercado internacional.

Com informações de Canal Rural

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