Lula Defende Etanol na Transição Energética na COP30
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (7), em Belém (PA), que o êxito global no combate às mudanças climáticas dependerá das decisões tomadas nos próximos anos. A declaração ocorreu durante a Sessão Temática sobre Transição Energética da Cúpula de Líderes da COP30.
Lula declarou que o modelo de desenvolvimento baseado em combustíveis fósseis atingiu seu limite e deve ser substituído de forma planejada e inclusiva. Segundo ele, 75% das emissões de gases de efeito estufa são provenientes da produção e do consumo de energia, exigindo coordenação entre governos, empresas e instituições internacionais.
Brasil como referência
O chefe do Executivo destacou que 90% da matriz elétrica brasileira é limpa e lembrou o pioneirismo nacional no uso do etanol e na mistura de biodiesel ao diesel convencional. Ele defendeu os biocombustíveis como solução para setores difíceis de eletrificar, como transporte pesado e indústria, e criticou pressões que retardam a adoção de combustíveis renováveis no transporte marítimo.
Geração de empregos e minerais críticos
De acordo com Lula, a transição energética pode impulsionar emprego, renda e reindustrialização. Ele citou que, em 2023, o segmento respondeu por 10% do crescimento do PIB global e empregou 35 milhões de pessoas.
O presidente também ressaltou a importância de minerais críticos – como lítio, níquel e cobre – usados em baterias e sistemas de energia limpa. Para ele, nações em desenvolvimento devem participar de toda a cadeia de valor, e não apenas exportar matéria-prima.
Alerta sobre emissões e gastos militares
Lula alertou que 2024 registrou o maior nível de emissões de carbono do setor energético desde 1957. Ele criticou bancos internacionais e governos que continuam financiando petróleo, gás e carvão, além de apontar que os gastos globais com armamentos superam o dobro do montante destinado à ação climática.
Pobreza energética
- 2 bilhões de pessoas não têm acesso a combustíveis adequados para cozinhar;
- 660 milhões dependem de lamparinas ou geradores a diesel;
- 200 milhões de crianças estudam em escolas sem eletricidade.
“Sem energia, não há agricultura moderna, hospitais funcionando ou inclusão digital”, afirmou.
Imagem: Agência Brasil via canalrural.com.br
Iniciativas brasileiras
O presidente anunciou a criação de um fundo financiado pela receita do petróleo para apoiar ações de enfrentamento à mudança do clima e promover justiça climática. Ele também defendeu a troca de dívida por investimentos ambientais e maior acesso dos países do Sul Global a tecnologias limpas e crédito climático.
Metas propostas
Lula propôs que os países se comprometam a:
- Triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, conforme acordo da COP28;
- Colocar o combate à pobreza energética no centro das metas climáticas, assegurando eletricidade e cocção limpa;
- Quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, de acordo com o Compromisso de Belém.
“Cabe aos líderes decidir se o século XXI será lembrado como o século da reconstrução inteligente ou da catástrofe climática”, concluiu Lula.
Com informações de Canal Rural