Lula Defende Taxação de Super-Ricos no G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu neste sábado (22), em Joanesburgo, ação global imediata contra a desigualdade e propôs a criação de novos mecanismos financeiros, como a troca de dívida por desenvolvimento e por ação climática, além da taxação dos super-ricos. A declaração foi feita durante a abertura da Cúpula de Líderes do G20, na África do Sul.

Lula defendeu que o G20 assuma protagonismo no debate e classificou a desigualdade como “emergência global”. Segundo ele, o tema exige redesenho das regras econômicas internacionais e fortalecimento do próprio grupo como fórum de diálogo multilateral.

Propostas apresentadas

• Troca de dívida por desenvolvimento e clima – instrumento que vincula alívio de débitos a investimentos sociais e ambientais;
• Tributação internacional dos mais ricos – pauta considerada “inadiável” pelo chefe do Executivo;
• Painel Independente sobre Desigualdade – iniciativa sul-africana inspirada no painel de mudanças climáticas, apoiada pelo Brasil.

O presidente destacou ainda a complementaridade entre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada sob a presidência brasileira do G20 em 2023, e a proposta sul-africana sobre segurança alimentar e preços de alimentos.

Críticas ao gasto militar e à dívida externa

Lula afirmou que, em 2023, a economia mundial avançou mais de 3%, enquanto as despesas com armamentos cresceram 9,4% e a ajuda oficial ao desenvolvimento recuou 7%. Para ele, o fluxo de recursos “negativo” do Sul para o Norte global agrava a situação, já que quase metade da população do planeta vive em países que destinam mais ao serviço da dívida do que à saúde ou educação.

No discurso, o presidente também alertou que, sem financiamento adequado, a Agenda 2030 das Nações Unidas corre o risco de se tornar apenas uma declaração de intenções.

Imagem: agência Gov via canalrural.com.br

Ao citar os conflitos na Ucrânia, em Gaza e no Sudão, Lula afirmou que as crises bélicas geram impactos humanos, energéticos e alimentares que ampliam as desigualdades e prejudicam o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Com informações de Canal Rural