Mariangela Hungria Recebe o “Nobel da Agricultura” nos EUA

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A pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, será agraciada nesta quarta-feira (23) com o Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize), conhecido como o “Nobel da Agricultura”. A cerimônia está marcada para as 21h (horário de Brasília) no Capitólio de Iowa, em Des Moines (EUA), com transmissão pelo site da Fundação WFP.

O reconhecimento destaca o impacto de mais de quatro décadas de estudos da cientista na área de microbiologia do solo, voltados à adoção de bioinsumos e à redução do uso de fertilizantes químicos.

Resultados das pesquisas

  • Desenvolvimento de mais de 30 tecnologias baseadas em microrganismos que fixam nitrogênio, produzem fitormônios e solubilizam nutrientes.
  • Criadora da coinoculação da soja, que combina Bradyrhizobium e Azospirillum brasilense; a prática já cobre cerca de 35% da área cultivada no país.
  • Economia estimada em 2024 de US$ 25 bilhões e redução de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalentes.
  • Pesquisas estendidas a feijão, milho, trigo e pastagens.

“Recebo este prêmio com enorme emoção, mas ele também pertence a todos que contribuíram com essa trajetória”, afirmou Mariangela, agradecendo colegas, alunos e a própria Embrapa.

Trajetória e reconhecimento

Nascida em São Paulo em 1958, Hungria ingressou na Embrapa em 1982. É doutora em Ciência do Solo, possui mais de 500 publicações científicas e orientou mais de 200 alunos. Integra a Academia Brasileira de Ciências e a Academia Mundial de Ciências, e aparece desde 2020 entre os 100 mil pesquisadores mais influentes do mundo segundo a Universidade de Stanford.

Entre as premiações recentes estão o Prêmio Mulheres e Ciência 2025 (CNPq) e o posto de pesquisadora brasileira mais citada em Fitotecnia e Microbiologia no ranking Research.com.

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Imagem: Antonio Neto via canalrural.com.br

Repercussão na Embrapa

O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, disse que o trabalho de Mariangela “coloca o Brasil como referência mundial em sustentabilidade agrícola”. A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou que a conquista “reforça o papel da ciência brasileira na construção de uma agricultura mais sustentável”.

Sobre o World Food Prize

Criado em 1986 pelo agrônomo norte-americano Norman E. Borlaug, Nobel da Paz em 1970, o prêmio reconhece contribuições que ampliam a qualidade e a disponibilidade de alimentos no mundo. Antes de Mariangela, três brasileiros já foram laureados: os agrônomos Edson Lobato e Alysson Paulinelli (2006) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2011).

Com informações de Canal Rural

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