Moagem de Cacau no Brasil Cai 16,6% no 3º Trimestre

A moagem de cacau no país totalizou 46,1 mil toneladas entre julho e setembro de 2025, redução de 16,6% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados do SindiDados Campos Consultores divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).

No acumulado de janeiro a setembro, o volume processado somou 144 mil toneladas, queda de 15,1% na comparação anual.

De acordo com a presidente-executiva da AIPC, Anna Paula Losi, custos elevados da matéria-prima, demanda enfraquecida e margens comprimidas continuam limitando a recuperação do setor.

O recebimento de amêndoas atingiu 68,2 mil toneladas no trimestre, alta de 2,4% sobre igual intervalo de 2024. Entre janeiro e setembro, foram 126,4 mil toneladas, praticamente estável, mas ainda há um déficit de cerca de 18 mil toneladas entre o volume recebido e o efetivamente processado.

O período marcou o encerramento da safra 2024/25, que fechou em 180,8 mil toneladas, abaixo da temporada anterior e distante do pico de 215 mil toneladas registrado em 2022/23. Segundo Losi, a recuperação depende de condições climáticas favoráveis e da continuidade dos investimentos nas lavouras.

Imagem: Divulgação via canalrural.com.br

As exportações de derivados de cacau — manteiga, pó e líquor — somaram US$ 135,9 milhões, recuos de 1,4% em valor e 19,7% em volume frente ao mesmo período de 2024. Para os Estados Unidos, as vendas cresceram 26% em receita, mas caíram 11% em volume, impactadas pela tarifa adicional de 50% imposta pelo país norte-americano. A AIPC relata cancelamentos e renegociações de contratos em razão da medida.

Em âmbito internacional, o mercado segue volátil, com preços ainda elevados e demanda global contida pelo custo alto da matéria-prima e margens estreitas nas indústrias processadoras.

Com informações de Canal Rural